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Berlim exige libertação de ativista detido "injustamente" na Turquia

O Governo de Berlim exigiu hoje a libertação do ativista alemão detido desde segunda-feira "injustamente" numa prisão turca com outros defensores de direitos humanos, incluindo a diretora da secção turca da Amnistia Internacional (AI), Idil Eser.

Berlim exige libertação de ativista detido "injustamente" na Turquia
Notícias ao Minuto

17:51 - 18/07/17 por Lusa

Mundo AI

"Estamos solidários com Peter Steudtner, que se encontra injustamente numa prisão turca, e intercederemos a todos os níveis por ele", afirmou o porta-voz do Governo, Steffen Seibert, na sua conta da rede social Twitter.

O ministério dos Negócios Estrangeiros, através de um comunicado onde apela à libertação do cidadão alemão, também condenou a detenção de Steudtner e dos restantes ativistas.

"A Amnistia Internacional e outras ONG prestam uma incalculável contribuição à pluralidade, à democracia e à defesa dos direitos humanos na Turquia", prossegue o texto, onde se considera "absurdo" vincular um "defensor da democracia", numa referência a Steudtner, com ligações ao terrorismo.

O alemão está incluído num grupo de dez ativistas detidos em 05 de julho quando participavam num curso de formação sobre segurança informática e segurança de dados que decorria na ilha de Büyükada, ao largo de Istambul. Para além de Steudtner, foi também detido outro estrangeiro, um sueco, ambos formadores neste 'atelier'.

Esta madrugada um tribunal turco decretou a prisão preventiva para seis dos indicados, acusados pela procuradoria de "cometer crimes em nome de uma organização terrorista, sem serem seus membros".

As reações do porta-voz governamental alemão e do ministério dos Negócios Estrangeiros foram antecedidas de críticas dirigidas à chanceler Angela Merkel, emitidas pelo Partido social-democrata (SPD, que integra a coligação no poder) e pela oposição.

Martin Schulz, o líder do SPD e aspirante à chancelaria nas eleições de setembro, acusou Merkel de se silenciar perante os ataques do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à democracia e ao estado de direito.

"Aquilo a que estamos a assistir na Turquia supera todos os limites", denunciou Schulz em declarações ao semanário Der Spiegel, questionado diretamente Merkel sobre "até quando vai ficar calada".

"Creio ter chegado o momento de terminar com a política de complacência face a Ancara", reforçou o líder de Os Verdes alemães Cem Özdemir, de origem turca.

Com a detenção deste ativista dos direitos humanos, elevam-se a dez os alemães presos na Turquia, acusados de propaganda terrorista ou de alegadas ligações ao fracassado golpe de Estado de 15 de julho de 2016.

O caso mais mediático relaciona-se com o correspondente do diário alemão Die Welt, Deniz Yücel, detido em fevereiro em Istambul e desde então na prisão.

O jornalista apresentou uma queixa no Tribunal de direitos humanos em Estrasburgo contra a Turquia, uma iniciativa apoiada pelo Governo federal.

A detenção do ativista vem agravar o ambiente de tensão entre Berlim e Ancara, assinaladas já esta semana pelo veto turco a uma visita de parlamentares alemães às tropas do seu país estacionadas na base da NATO em Konya.

Esta proibição segue-se à decisão adotada em junho pelo Governo de Merkel de retirar os seus soldados da base turca de Incirlik, onde apoiavam a coligação no combate ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa reação ao persistente veto da Turquia às visitas de deputados alemães.

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