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Turquia emite mandado para capturar militares que Grécia recusa entregar

As autoridades turcas emitiram hoje um mandado de captura dos oito militares que fugiram para a Grécia depois do golpe de Estado falhado de 15 de julho, uma decisão anunciada após o Supremo Tribunal grego ter rejeitado extraditá-los.

Turquia emite mandado para capturar militares que Grécia recusa entregar
Notícias ao Minuto

16:23 - 26/01/17 por Lusa

Mundo Golpe de Estado

Segundo a agência noticiosa estatal Anadolu, o tribunal de Istambul aprovou um pedido de mandado emitido pelo Ministério Público logo a seguir a ser informado de que o Supremo Tribunal da Grécia tinha recusado a extradição dos oficiais perseguidos por Ancara pelo seu alegado papel na tentativa de golpe para depor o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Além disso, as autoridades turcas também apresentaram novo pedido de extradição junto das autoridades gregas após a emissão do mandado de captura, noticiou a agência Dogan.

Esta decisão surge pouco depois do anúncio da decisão dos juízes gregos, assente nos argumentos dos procuradores do Ministério Público que há dez dias se pronunciaram contra a extradição, sublinhando a ausência de garantias de um julgamento justo na Turquia.

A presidente do tribunal indicou que a extradição não era autorizada porque os oito militares turcos estão formalmente acusados de crimes na Turquia e "correm o risco de ser torturados".

O tribunal ordenou a libertação dos oito oficiais -- dois comandantes, quatro capitães e dois sargentos -, que se encontravam sob custódia policial na Grécia desde que aterraram de helicóptero, a 16 de julho, no aeroporto de Alexandrópolis, cidade no norte do país.

Ancara classificou-os como "terroristas", e o caso é constrangedor para Atenas, que está a trabalhar com a Turquia, sua aliada na NATO, para travar o fluxo de migrantes que atravessa o seu território em direção à Europa ocidental.

Os oficiais turcos desmentiram várias vezes qualquer envolvimento na tentativa de golpe de Estado e afirmaram que tinham decidido fugir por medo de represálias contra militares quando o Governo turco retomou o controlo da situação.

Os detidos alegam que as suas vidas estão em perigo, depois de membros das suas famílias terem sido despedidos e os seus passaportes confiscados.

Em primeira instância, um tribunal de Atenas rejeitara a extradição de cinco dos militares mas autorizara a dos outros três. Estes últimos recorreram da decisão, ao passo que o Ministério Público também recorreu, mas contra a recusa de extradição.

Desde o golpe falhado na Turquia, muitos militares pediram asilo noutros países da NATO.

As autoridades turcas iniciaram em julho purgas cujas dimensões causaram a preocupação da União Europeia e de organizações não-governamentais: mais de 43.000 pessoas, entre as quais militares, magistrados e professores, foram detidas e mais de 100.000, incluindo jornalistas e polícias, foram despedidas.

Ancara sustenta que tais medidas, tomadas no âmbito do estado de emergência, são necessárias para limpar as instituições de apoiantes do teólogo islâmico Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e apontado como cérebro do golpe abortado, o que ele nega categoricamente.

Os oito oficiais pediram asilo na Grécia em julho, mas os seus pedidos foram rejeitados, estando agora a ser analisados recursos dessa decisão.

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