Matteo Renzi formaliza demissão da chefia do Governo de Itália
Matteo Renzi demitiu-se hoje do cargo de primeiro-ministro de Itália, após a derrota em referendo de uma revisão constitucional que defendia e um pequeno adiamento da demissão para o parlamento aprovar o Orçamento do Estado para 2017.
© Reuters
Mundo Primeiro-ministro
O anúncio foi feito hoje à noite pelo secretário-geral da República italiana, Ugo Zampetti, numa breve comparência perante a imprensa.
Com a intenção de formalizar a demissão, Renzi dirigiu-se na segunda-feira, um dia depois do referendo, ao palácio presidencial, para entregar o pedido ao chefe de Estado, Sergio Mattarella, mas este pediu-lhe que adiasse a decisão durante o tempo necessário para o parlamento aprovar a lei orçamental do próximo ano, o que aconteceu hoje.
"Lei orçamental aprovada. Demissão formal às 19:00 (18:00 de Lisboa). Obrigado a toda a gente e viva a Itália!", escreveu Renzi hoje na sua conta da rede social Twitter, embora a notícia da entrega formal do pedido de demissão ao Presidente tenha chegado só pelas 20:00 locais (19:00 em Lisboa).
A sua saída foi recebida com um misto de piadas, manifestações de pesar e uma forte suspeita de que pretende liderar o seu partido numa batalha eleitoral antecipada.
Antes de entregar as chaves da sua residência oficial, o Palazzo Chigi, o governante de 41 anos presidiu a uma reunião da direção da sua formação política, o Partido Democrático (PD).
"Não temos medo de nada nem de ninguém, se outros partidos querem ir às urnas, o PD não tem medo da democracia ou de eleições", declarou Renzi, referindo-se à reivindicação da oposição de que as eleições nacionais agendadas para o início de 2018 sejam antecipadas um ano.
Ironicamente, o período de Renzi no poder chegou ao fim na altura em que o seu Governo obteve um voto de confiança do Senado, a câmara parlamentar cujos poderes ele tentou reduzir numa reforma da Constituição submetida a referendo no passado domingo e que se saldou por uma esmagadora derrota.
Após a reunião na sede do seu partido, Renzi disse assumir total responsabilidade pelo referendo, mas não deu qualquer indicação de estar a equacionar abandonar a liderança do PD.
Revelou ainda que passará o dia de quinta-feira, um feriado nacional, a celebrar o 86.º aniversário da avó, afirmando: "Temos de agradecer aos mais velhos", numa alusão ao facto de os pensionistas o terem apoiado no debate sobre o referendo.
"E espero ter amanhã (quinta-feira) mais sorte na batalha de Playstation com os meus filhos do que tive aqui", acrescentou o ex-presidente da câmara de Florença.
O discurso de Renzi soou, por vezes, a lançamento de campanha eleitoral, como quando frisou que deixou Itália com "menos impostos e mais direitos" e exaltou a forma como o seu executivo lidou com uma série de sismos devastadores ocorridos no país entre agosto e outubro.
Sondagens realizadas antes do referendo sugeriam que o PD continuava bem posicionado para vencer as próximas eleições, apesar da tendência crescente de apoio ao populista Movimento Cinco Estrelas, liderado pelo palhaço Beppe Grillo.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com