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Teme-se extinção a curto prazo de elefante africano devido ao tráfico

O elefante africano pode desaparecer do seu meio a curto prazo, vítima da caça furtiva para obter marfim, se não forem tomadas imediatamente medidas enérgicas, alertaram especialistas reunidos hoje no Botsuana para tentar salvar a espécie.

Teme-se extinção a curto prazo de elefante africano devido ao tráfico
Notícias ao Minuto

19:33 - 23/03/15 por Lusa

Mundo Marfim

"Dentro de cinco anos pode ser demasiado tarde para salvar este magnífico animal", declarou Dune Ives, investigador da fundação filantrópica Vulcan, perante delegados de 20 organizações não-governametnais (ONG) e diversos governantes, no âmbito da apresentação dos resultados do último censo de elefantes.

"Se a tendência não se inverter, esta espécie corre risco de extinção ainda durante o nosso tempo de vida", acrescentou, no mesmo dia em que o Parque Nacional de Garamba, no nordeste da República Democrática do Congo, anunciou que 30 elefantes foram abatidos em apenas duas semanas.

A contagem de elefantes num continente gigantesco não é uma ciência exata mas, segundo dados apresentados na conferência em Kasane, havia cerca de 470.000 indivíduos em estado selvagem em 2013, contra os 550.000 de 2006.

Com 25.000 a 30.000 animais abatidos anualmente, a mortalidade excede a taxa de natalidade da espécie, dado os elefantes terem apenas uma cria por cada gestação e esta demorar 21 meses.

Se a situação não se inverter, o elefante africano está condenado pela caça furtiva, que visa as suas presas, em marfim, especialmente com destino ao mercado chinês.

O declínio nos exemplares foi particularmente acentuado na África Oriental, designadamente no Quénia e na Tanzânia, com os mapas das "estradas de marfim" desenvolvidos pela Associação TRAFFIC - que rastreia a exportação ilegal de espécies ameaçadas de extinção - a mostrarem claramente que é pelos portos ou aeroportos do Quénia e da Tanzânia que a maior parte do marfim contrabandeado sai de África.

O "ouro branco" faz o seu trânsito pela Malásia, Vietname, Filipinas ou Hong-Kong, antes de chegar ao seu destino final, a China, e, numa parte menor, a Tailândia, países onde o marfim é trabalhado para dar origem a jóias, esculturas e outras obras de arte populares entre os asiáticos ricos.

"No fim de contas, gostemos ou não, a solução e o resultado final do problema estão inteiramente nas mãos da China", assinalou o ministro do Turismo e da Vida Selvagem do Botsuana, Tshekedi Khama.

Em reação, um representante chinês interveio para pedir que parassem de colocar o seu país no banco dos réus, alegando que a China ajuda financeiramente os países africanos a treinar as suas equipas anti-caça furtiva, tendo aumentado a sua própria legislação para erradicar o tráfico ilegal de marfim.

Kelly Landen, representante da ONG Elefantes Sem Fronteiras, destacou que é fundamental "melhorar a coordenação entre os países e entre os vários organismos e instituições de cada país", pois, como os elefantes não conhecem fronteiras, "movem-se de um país para outro, de uma área protegida para uma área de risco, e isso pode ser melhorado".

Esta foi a segunda reunião sobre o assunto, um ano após uma conferência similar em Gaborone, capital do Botsuana.

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