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Filipinas retira jornalistas de Hong Kong de lista negra
As Filipinas levantaram uma proibição de entrada no país imposta a nove jornalistas de Hong Kong, por alegadamente terem questionado agressivamente o seu Presidente sobre uma crise de reféns em 2010 em Manila em que morreram oito residentes da região chinesa.
© Reuters
Mundo Manila
Os jornalistas foram expulsos de uma cimeira do Fórum de Cooperação Económica da Ásia Pacífico (APEC), que decorreu em Bali, na Indonésia, no ano passado.
A porta-voz do departamento de imigração, Elaine Tan, disse à AFP que a proibição foi levantada porque o Presidente das Filipinas, Benigno Aquino, não foi submetido a mais nenhuma sessão de questões agressivas na mais recente cimeira da APEC, realizada em Pequim no início deste mês.
"Depois de uma reavaliação, os serviços secretos disseram que (os jornalistas de Hong Kong) não são mais considerados como ameaças e a proibição foi levantada a partir de hoje", acrescentou.
Os jornalistas de Hong Kong tinham sido colocados na lista negra em junho passado por serem considerados uma "ameaça à segurança pública", após "atos cometidos contra o Presidente" na cimeira de Bali.
Na altura, os jornalistas da antiga colónia britânica questionaram Benigno Aquino sobre a possibilidade de se reunir com o chefe do Executivo de Hong Kong, CY Leung, em Bali, para apresentar um pedido de desculpa às famílias das vítimas de um sequestro de um autocarro com turistas de Hong Kong nas Filipinas em 2010, que culminou na morte de oito residentes da antiga colónia britânica.
O porta-voz do Presidente das Filipinas disse então que os jornalistas questionaram agressivamente Benigno Aquino. O Presidente filipino não respondeu às questões e a organização da APEC retirou as credenciais para cobertura do evento aos jornalistas de Hong Kong, alegando que estes representaram uma ameaça à segurança.
Esta situação gerou o protesto da Associação de Jornalistas de Hong Kong.
Em agosto de 2010, oito membros de um grupo de turistas de Hong Kong foram mortos numa operação de resgate fracassada em Manila, depois de terem sido capturados por um ex-agente da polícia.
Os jornalistas tinham sido colocados numa lista negra numa altura em que Manila e Hong Kong estavam a tentar ultrapassar a situação, em antecipação à cimeira da APEC do próximo ano, que terá as Filipinas como país anfitrião.
Os dois governos anunciaram em abril que eles tenham resolvido a questão, depois de o governo da cidade de Manila ter emitido um pedido de desculpas formal e o governo filipino ter expressado "profundo pesar e tristeza" pelo incidente.
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