Ramos-Horta recorda 20 de agosto como primeiro trágico conflito em Timor

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, recordou hoje o 20 de agosto como o "primeiro trágico conflito" ocorrido no país, que deve ser lembrado como o dia em que as lideranças não souberam dialogar.

IISS Shangri-La Dialogue defence summit


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Lusa
20/08/2025 11:52 ‧ há 2 horas por Lusa

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Timor-Leste

 

 

José Ramos-Horta discursava na cerimónia para assinalar os 50 anos da fundação das Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste (a 20 de agosto de 1975) pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) em resposta ao golpe da União Democrática Timorense (UDT), que provocou um conflito entre timorenses.

Em 1987, o então comandante das Falintil, Xanana Gusmão, tomou a decisão de tornar esta força apartidária, consolidando-se como braço armado da resistência à ocupação indonésia, ocorrida em 07 de dezembro de 1975. Após a restauração da independência do país, em 20 de maio de 2002, integram as Forças de Defesa de Timor-Leste.

"Esta data lembra-nos que o primeiro trágico conflito ocorrido no nosso solo foi um conflito entre irmãos timorenses, a guerra civil de agosto de 1975. Crises e crimes graves tiveram lugar durante a luta pela independência em que timorenses mataram timorenses. A crise de 2006 foi igualmente crise da nossa exclusiva responsabilidade e que muito nos desonrou", afirmou o chefe de Estado, no discurso divulgado à imprensa.

Para o Presidente, daquele período devem ser tiradas lições, sendo que a primeira é "evitar retóricas políticas, ideologias mal copiadas de outras realidades e evitar discursos que incendeiam emoções e podem atear fogos".

O diálogo e a construção de pontes de entendimento, segundo o também prémio Nobel da Paz, são o "antídoto contra a violência".

"O 20 de agosto deve ser lembrado como um dia em que as lideranças políticas não souberam dialogar, um dia de reflexão para que a história não se repita", salientou José Ramos-Horta.

No discurso, o chefe de Estado destacou também o papel das Falintil pelos "24 anos de luta armada e de luta política", prestando homenagem a todos os "construtores da liberdade".

"Saúdo os veteranos, as mulheres da resistência armada e clandestina, os combatentes, os jovens da Renetil [Resistência Nacional de Estudantes de Timor-Leste], os membros da rede clandestina, os bispos e sacerdotes e as madres que deram voz à justiça, e todas as famílias que, com coragem, sustentaram a esperança nacional", afirmou.

José Ramos-Horta destacou também a importância da cooperação internacional para o desenvolvimento das forças de defesa e para a consolidação de capacidades necessárias para "enfrentar desafios de segurança contemporâneos, desde a defesa territorial até ao combate ao crime transnacional e o apoio em situações de calamidade".

As comemorações 50.º aniversário das Falintil decorreram em todo o país, com início na segunda-feira e incluíram cerimónias militares, desfiles, conferências, iniciativas culturais e ações de solidariedade e a assinatura de um protocolo com a China para a construção do Hospital Militar das Forças Armadas.

"As Falintil simbolizam a resistência e a dignidade do povo timorense. Celebrar este aniversário é reafirmar a nossa história, honrar os nossos heróis e renovar o compromisso com um futuro de paz, coesão e desenvolvimento", afirmou, em comunicado, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo, Agio Pereira.

Leia Também: Timor-Leste e Indonésia em negociações sobre fronteira marítima

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