De acordo com a Organização Não-Governamental (ONG), que documenta as atrocidades desde o início da guerra, o ataque ocorreu no sábado na aldeia de Qarni, localizada numa estrada na saída de el-Facher.
O ataque "causou a morte de pelo menos 14 civis e feriu dezenas de outros", refere a ONG, acrescentando que vários civis também foram detidos.
Os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) lançaram nos últimos dias uma nova ofensiva contra a cidade de el-Facher, sitiada desde maio de 2024.
A ONU alertou, várias vezes, sobre o destino de centenas de milhares de civis detidos, sem praticamente nenhuma ajuda em el-Facher, a última capital da vasta região do Darfur a escapar das RSF envolvidas desde abril de 2023 num conflito com o exército.
Apenas dois dias antes do ataque de sábado, a administração política das RSF instou os civis a deslocarem-se para Qarni. "Exorto-os a deixar el-Facher e a dirigirem-se para a região de Qarni, a porta noroeste da cidade, onde estão as nossas forças e as da Tasis, que irão garantir a vossa segurança", declarou na quinta-feira, num vídeo, o governador do Darfur nomeado pelas RSF, Al-Hadi Idris.
Tasis é uma coligação política dominada pelas RSF que em julho nomeou os líderes de um governo instalado em Nyala, a capital do estado do Darfur-Sul.
A guerra, que entrou no seu terceiro ano, causou dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocados, sendo descrita pela ONU como "a pior crise humanitária do mundo."
O país continua fraturado: o exército controla o centro, o leste e o norte do Sudão, enquanto os paramilitares mantêm no oeste quase toda a região do Darfur, exceto el-Facher e algumas partes do sul.
Leia Também: Cólera? Mais de 640.000 crianças em risco no Sudão