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Advogados pedem 30 anos de prisão para médico por genocídio do Ruanda

Os advogados gerais pediram hoje uma sentença de trinta anos de prisão contra o ex-médico ruandês Sosthène Munyemana, julgado no Tribunal de Primeira Instância de Paris, pelo seu possível envolvimento no genocídio do Ruanda em 1994.

Advogados pedem 30 anos de prisão para médico por genocídio do Ruanda
Notícias ao Minuto

16:00 - 18/12/23 por Lusa

Mundo Genocídio Ruanda

Os dois juristas pediram ao tribunal que reconhecesse o arguido, de 68 anos, que vive no sudoeste de França desde setembro de 1994, culpado de genocídio, crimes contra a humanidade, participação numa conspiração com vista à preparação destes crimes, bem como por cumplicidade.

"A soma das escolhas de Sosthène Munyemana" entre abril e junho de 1994 "desenha os traços de um genocida", afirmaram os magistrados na acusação.

"Ele sabia, escolheu apoiar o plano genocida, escolheu ocupar um papel central e essencial neste sistema", acrescentaram.

Sosthène Munyemana é suspeito de ter desempenhado um papel nos massacres, ao assinar uma moção de apoio ao governo interino estabelecido após o ataque ao avião do Presidente hutu Juvénal Habyarimana, que incentivou os assassínios cometidos entre abril e julho de 1994.

Este genocídio deixou, segundo a ONU, mais de 800 mil vítimas, a maioria delas de etnia tutsi.

O médico também é acusado de ter montado barreiras e patrulhas em Tumba, na prefeitura de Butare (no sul de Ruanda), nas quais as pessoas foram presas antes de serem mortas, bem como de ter usado a chave de um escritório do setor onde os tutsis foram presos antes de serem mortos.

Ao longo das cinco semanas de audiências e debates no Tribunal de Justiça, Sosthène Munyemana nunca deixou de contestar as acusações, alegando ter sido um hutu moderado que, pelo contrário, tentou "salvar" os tutsis, oferecendo-lhes "refúgio" naquele gabinete do setor em questão.

"É o local mais exposto de Tumba, não há esperança de sobreviver ali escondendo-se ali", pelo contrário, estimou a defensora geral Sophie Havard, descrevendo este local como um "corredor de mortos".

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