Etiópia impõe restrições em Gondar após manifestações antigovernamentais
Restrições ao tráfego noturno e a reuniões públicas foram hoje impostas em Gondar, a maior cidade da região etíope de Amhara, na sequência de protestos contra o desmantelamento das forças militares regionais na Etiópia.
© Reuters
Mundo Gondar
De acordo com uma declaração emitida pelas autoridades municipais, as restrições são ordenadas pelo "posto de comando" da cidade, sugerindo que a segurança de Gondar está agora nas mãos do exército federal.
O governo federal etíope anunciou recentemente o início do processo de distribuição dos efetivos destas forças regionais no exército federal ou na polícia.
Designadas "forças especiais" na Etiópia, estas unidades militares - inconstitucionais mas toleradas até agora - foram criadas ao longo dos últimos 15 anos por algumas províncias etíopes.
O início do processo desencadeou incidentes em Amhara, onde as "forças especiais" são particularmente poderosas e prestaram uma assistência crucial ao exército federal durante o conflito contra as autoridades rebeldes na província de Tigray, entre finais de 2020 e finais de 2022.
Em Gondar, os triciclos a motor - utilizados como táxis - estão agora proibidos de circular entre as 20:00 e as 06:00 e os bares e discotecas têm de fechar às 21:00.
As greves foram proibidas e todas as reuniões públicas devem ser comunicadas às autoridades com antecedência.
Outras proibições incluem o porte de arma ou qualquer objeto que possa ser utilizado como arma, como uma "arma branca, machado ou barra de ferro", bem como o acionamento de foguetes ou fogo-de-artifício, e o uso indevido de vestuário do tipo militar.
Os membros das "forças especiais" em Gondar são também obrigados a reagrupar-se em áreas designadas.
No domingo, de acordo com um residente local contactado pela agência France-Presse, muitos manifestantes protestaram em Gondar contra o desarmamento das "forças especiais" na região de Amhara, às quais os jornalistas estão atualmente proibidos de aceder "por razões de segurança".
No mesmo dia, o primeiro-ministro Abiy Ahmed disse que o processo seria concluído "custe o que custar" e advertiu que "a lei seria aplicada contra aqueles que desempenham deliberadamente um papel desestabilizador".
Segundo maior grupo populacional da Etiópia, os Amhara são desde há muito a elite política e económica do país, sendo Gondar a antiga capital imperial.
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