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Reino Unido reclassifica China como desafio, e Rússia é ameaça

A nova estratégia de segurança e política externa do Reino Unido publicada hoje deixa de classificar a China como uma ameaça, passando a definir a potência asiática de "desafio sistémico", enquanto a Rússia é identificada como o maior perigo internacional. 

Reino Unido reclassifica China como desafio, e Rússia é ameaça
Notícias ao Minuto

18:05 - 13/03/23 por Lusa

Mundo Reino Unido

O documento original, publicado em março de 2021, descrevia a China como um "concorrente sistémico" do Reino Unido e considerava-a "a maior ameaça estatal à segurança económica do Reino Unido". 

Na chamada 'Revisão Integrada Renovada' [Integrated Review Refresh], publicada hoje, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, considera que a potência asiática é um "desafio decisivo para o tipo de ordem internacional que queremos ver, tanto em termos de segurança como de valores". 

O termo "ameaça" é usado para países como Rússia e Irão. 

Ainda assim, apesar da mudança de linguagem, a posição relativamente a Pequim continua a ser dura. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, James Cleverly, afirmou numa declaração no Parlamento que o Reino Unido não pode ficar "indiferente ao comportamento militar e económico cada vez mais agressivo do Partido Comunista Chinês, incluindo as tensões que se fazem sentir em todo o Estreito de Taiwan".

Uma das medidas será a mobilização de financiamento adicional para a formação de funcionários públicos em mandarim e conhecimentos diplomáticos sobre a China, bem como a criação de um novo currículo de formação sobre segurança.

A nova Revisão Integrada também dá maior importância à cooperação com os países europeus, seja em termos militares ou em outras áreas, como as migrações, alterações climáticas e economia. 

O documento substitui uma primeira versão formulada em 2021 quando Boris Johnson era primeiro-ministro, cuja atualização foi ordenada pela sucessora Liz Truss em setembro do ano passado para ter em conta a invasão russa da Ucrânia.

Na altura, o Governo disse querer reorientar o Reino Unido para a região do Indo-Pacífico, promovendo uma aproximação a países como a Austrália, Índia, Japão e Coreia do Sul, em detrimento da União Europeia (UE), cuja relação azedou depois do 'Brexit'. 

O Governo descreveu hoje a Revisão Integrada Renovada como uma resposta às "emergentes ameaças geoestratégicas, à invasão ilegal da Ucrânia pela Rússia, à coerção económica da China e a um aumento da concorrência entre Estados".

Entre as medidas práticas anunciadas estão a formação de uma unidade dentro da agência de serviços secretos MI5 para dar conselhos sobre segurança a empresas e outras organizações e reforçar o financiamento para combater desinformação e fazer cumprir sanções.

O documento defende ainda uma nova abordagem para garantir o acesso do Reino Unido a minerais críticos para as tecnologias modernas e financiamento adicional para o serviço internacional da BBC, para manter a emissão em línguas estrangeiras.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, já tinha anunciado hoje um reforço de 5.000 milhões de libras (5.600 milhões de euros) no orçamento da Defesa nos próximos dois anos. 

Esta verba pretende ajudar a "reabastecer e fortalecer as reservas de munições, de modernizar o programa nuclear britânico e financiar a próxima fase do programa de submarinos AUKUS"

A longo prazo, Rishi Sunak fez saber que quer aumentar a despesa com a Defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na semana passada, um comité parlamentar britânico alertou que as reservas de Defesa do Reino Unido estavam perigosamente baixas, o que poderia representar um problema para a segurança nacional do país.

O primeiro-ministro britânico encontra-se nos Estados Unidos para formalizar junto do Presidente norte-americano, Joe Biden, e do homólogo australiano, Anthony Albanese, um acordo para a venda de submarinos nucleares à Austrália. 

Este negócio faz parte do pacto de segurança AUKUS (Austrália, Reino Unido e Estados Unidos), assinado em setembro de 2021.

Leia Também: A (longa) lista de opositores perseguidos, exilados e presos pela Rússia

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