Nas cerimónias deste aniversário, os restos mortais de sete vítimas do massacre de mais de 8.300 civis muçulmanos em 11 de julho de 1995 foram enterrados no Cemitério Memorial de Srebrenica-Potocari, no leste da Bósnia-Herzegovina.
Há ainda 7.581 desaparecidos na guerra da Bósnia (1992-1995), das quais cerca de 1.000 podem ter sido mortas no massacre de Srebrenica, afirmou, no evento, o porta-voz do Instituto de Pessoas Desaparecidas da Bósnia-Herzegovina, Emza Fazlic.
Até hoje, mais de 6.700 pessoas foram enterradas no cemitério de Potocari.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou que "não há lugar na Europa e noutra parte para negar o genocídio".
"Em Srebrenica, para prestar homenagem às vítimas do genocídio, à memória dos que foram brutalmente assassinados, às suas famílias e aos que continuam desaparecidos 30 anos depois. Não há lugar na Europa - ou em qualquer outra parte - para a negação do genocídio, o revisionismo ou a glorificação dos responsáveis", escreveu António Costa na rede social X.
Mais de 8.300 civis muçulmanos bósnios foram executados depois de as forças sérvias bósnias terem invadido a "zona protegida pela ONU" de Srebrenica, a 11 de julho de 1995, o culminar de três anos de limpeza étnica na Bósnia-Herzegovina, um país povoado por muçulmanos, sérvios bósnios e croatas bósnios.
"Admitimos a grave verdade. Falhámos há 30 anos", reconheceu o secretário-geral da ONU, António Guterres, numa mensagem lida durante a cerimónia.
"Estamos envergonhados. Nós, a comunidade internacional, falhámos em protegê-los, mais de 8.000 homens, rapazes, mulheres e raparigas", afirmou, na cerimónia, o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, Caspar Veldkamp, cujo país enviou centenas de soldados da paz para o enclave.
Apesar de a justiça internacional ter decidido que o massacre de Srebrenica foi um genocídio, a negação persiste, especialmente na vizinha Sérvia e cada vez mais na entidade sérvia da Bósnia, a República Srpska, uma das duas que constituem a Bósnia-Herzegovina.
Em maio do ano passado, a Assembleia-geral da ONU designou 11 de julho como o Dia Internacional de Reflexão do Genocídio de 1995 em Srebrenica.
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