Por dois votos contra um, o tribunal de recurso de Washington restabeleceu a decisão do ex-secretário da Defesa, Lloyd Austin, que em agosto de 2024 tinha revogado os acordos de confissão de culpa, que permitia a Khalid Sheikh Mohammed e aos seus dois co-réus declararem-se culpados.
Estes acordos, que provavelmente os teriam poupado à pena de morte, causaram polémica em plena campanha eleitoral presidencial de novembro de 2024.
"O secretário agiu dentro dos limites da sua autoridade legal, e não queremos questionar o seu julgamento", justificou o tribunal de recurso.
Khalid Sheikh Mohammed, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi estão detidos na prisão da base militar norte-americana na Baía de Guantánamo, em Cuba.
Estão acusados de "terrorismo" e do assassinato de quase 3.000 pessoas nos ataques em solo norte-americano.
Os termos dos acordos não foram divulgados, mas, segundo relatos dos media norte-americanos, concordaram em declarar-se culpados de conspiração para cometer crimes em troca de uma pena de prisão perpétua, em vez de um julgamento que poderia ter levado à sua execução.
Lloyd Austin revogou-os dois dias depois, justificando que "as famílias das vítimas, os membros das forças armadas e o povo norte-americano merecem ver" um julgamento.
Em novembro, um juiz militar decidiu que os acordos eram válidos, obrigando a decisão do tribunal de recurso.
Capturado em Rawalpindi, no Paquistão, em 2003, Khalid Sheikh Mohammed foi transferido para Guantánamo em setembro de 2006, depois de ter passado por prisões secretas da CIA na Polónia para ser sujeito a sessões de interrogatório sob tortura.
"Fui responsável pela operação do 11 de Setembro, de A a Z", declarou com orgulho Khalid Sheikh Mohammed perante um tribunal militar.
Afirmou ainda ter sido responsável por outras trinta operações, incluindo ataques ligados à Al-Qaeda em Bali (Indonésia) e no Quénia, bem como o assassinato do jornalista norte-americano Daniel Pearl no Paquistão.
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