Durante aqueles protestos em Cuba foram presas mais de 1.400 pessoas, algumas delas ainda detidas hoje.
O secretário de Estado Marco Rubio disse em comunicado que Díaz-Canel e outros "líderes-chave do regime" foram designados ao abrigo da "Secção 7031(c) pelo seu envolvimento em graves violações dos direitos humanos", o que significa que estão impedidos de entrar nos EUA.
A proibição de viajar também se aplica ao Ministro da Defesa, Álvaro López Miera, e ao Ministro do Interior, Lázaro Alberto Álvarez Casas, bem como às suas famílias.
"Há quatro anos, milhares de cubanos saíram pacificamente às ruas para exigir um futuro livre da tirania. O regime cubano respondeu com violência e repressão, detendo injustamente milhares de pessoas, incluindo mais de 700 que permanecem presas e sujeitas a tortura ou abuso", adianta a declaração de Rubio.
Outras medidas da administração Trump incluem restrições de vistos a "numerosos funcionários judiciais e prisionais", que são alegadamente cúmplices ou responsáveis pela "detenção injusta e tortura de manifestantes de julho de 2021", acrescentou o secretário, que é de ascendência cubana.
Além disso, a Casa Branca acrescentou 11 hotéis à sua lista de propriedades restritas e alojamentos proibidos em Cuba, que inclui empresas e propriedades ligadas "ao regime" e ao Grupo de Administración Empresarial, S.A. (GAESA), um consórcio das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba.
Entre estes, inclui-se o novo hotel "Torre K", de 42 andares, para "impedir que os fundos dos EUA cheguem à ilha através de repressores corruptos".
Esta é a primeira vez que o presidente cubano é alvo de sanções por parte de Trump, que apresentou um memorando a 30 de junho que pretendia acabar com "práticas económicas que beneficiam desproporcionadamente o governo cubano, as forças armadas, os serviços secretos ou as agências de segurança à custa do povo".
A decisão proíbe também "transações financeiras diretas ou indiretas com entidades controladas pelas forças armadas cubanas, como a GAESA e as suas filiais", e afirma que irá aplicar "a proibição legal do turismo americano em Cuba".
A sanção de Díaz-Canel coincide com o quarto aniversário das manifestações de 11 de julho, um dos maiores protestos contra o governo cubano na história recente do país, face à agitação provocada pela crise resultante da pandemia de covid-19, racionamento de alimentos e escassez de medicamentos.
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