Sob o lema 'Reforçar a cooperação no Sul Global para uma governação mais inclusiva e sustentável', a agenda da Cimeira dos BRICS, que decorre hoje e segunda-feira, compreende dois eixos centrais: a consolidação da cooperação entre os países do Sul Global e a promoção de reformas nos mecanismos de governação internacional.
Criado em 2009 pelo Brasil, Rússia, Índia e China, o BRICS admitiu a África do Sul dois anos depois e, desde 2024, integra seis novos membros efetivos: Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e Arábia Saudita.
O Brasil convidou para esta cimeira os líderes de vários países da América Latina, incluindo o México, Colômbia, Uruguai e o Chile.
O estatuto de associado, que leva Cuba ao Rio de Janeiro, foi aprovado em outubro de 2024 durante a cimeira do grupo realizada na cidade russa de Kazan, facto que foi oficializado em 2025, recordou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país caribenho.
Criado com o objetivo de reequilibrar a ordem mundial a favor do "Sul Global" contra o Ocidente, este grupo das economias emergentes representa quase metade da população mundial e 40% do produto interno bruto (PIB) do planeta.
Para além das questões geopolíticas, os BRICS vão procurar no Rio de Janeiro afirmar o peso económico da organização, designadamente no domínio financeiro, no qual há anos buscam uma alternativa ao dólar para as trocas comerciais no seio do grupo.
O Presidente anfitrião, Luiz Inácio Lula da Silva, sublinhou na passada sexta-feira a importância de um mecanismo com estas características, reconhecendo, no entanto, que o atual contexto político internacional é "complicado".
O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor tarifas aduaneiras de 100% aos países que desafiem o domínio internacional do dólar.
"Tarifas, sanções e restrições financeiras estão a ser usadas como instrumentos de submissão política", denunciou na sexta-feira a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como Banco do BRICS, sedeado em Xangai.
Os presidentes chinês, Xi Jinping, e o russo, Vladimir Putin não se deslocarão ao Rio de Janeiro, onde, não obstante, foi instalado um vasto dispositivo de segurança. Mais de 20.000 militares foram destacados, um número semelhante ao que montou segurança na reunião dos chefes de Estado do G20 no Rio, em novembro. Caças equipados com mísseis vão controlar o espaço aéreo, o que acontece pela primeira vez na "cidade maravilhosa" desde os Jogos Olímpicos de 2016
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