Os fornecimentos suspensos, que tinham sido prometidos pela anterior administração norte-americana, liderada pelo democrata Joe Biden, incluem intercetores para os sistemas de defesa aérea Patriot, projéteis de artilharia guiados com precisão e mísseis que a força aérea ucraniana dispara a partir de aviões F-16 fabricados nos Estados Unidos.
Trump pronunciou-se pela primeira vez na quarta-feira sobre a suspensão, justificando a medida como necessária, acusando o ex-presidente Joe Biden de "esvaziar todo o país dando-lhes armas [à Ucrânia]".
De acordo com a NBC News, a medida surpreendeu o Departamento de Estado, a Ucrânia, os aliados europeus e os membros do Congresso, que exigiram uma explicação por parte do Pentágono (Departamento de Defesa).
Uma análise feita por oficiais militares de alta patente concluiu que o pacote de ajuda não comprometeria o próprio fornecimento de munições das Forças Armadas norte-americanas, de acordo com três responsáveis norte-americanos citados pela estação.
Adam Smith, membro sénior do comité de serviços armados da Câmara dos Representantes negou à NBC News problemas de stocks: "Não estamos num ponto mais baixo, em termos de stocks, do que nos três anos e meio do conflito na Ucrânia".
Smith disse que a sua equipa "viu os números" e, sem entrar em detalhes, realçou que não havia indícios de escassez que justificassem a suspensão da ajuda à Ucrânia.
A suspensão do envio de ajuda militar à Ucrânia foi uma medida unilateral do secretário da Defesa, Pete Hegseth, de acordo com três conselheiros do Congresso e um antigo funcionário norte-americano ligado ao processo, citados pela estação.
É a terceira vez que Hegseth, por conta própria, interrompe os envios de ajuda para a Ucrânia, acrescentaram estas as fontes.
Nos dois casos anteriores, em fevereiro e maio, as suas ações foram revertidas dias depois.
Um alto funcionário do Pentágono, Elbridge Colby, subsecretário da Defesa para as Políticas, apoiou as medidas, refere ainda a NBC News.
Colby há muito que defende a redução do compromisso dos EUA na Ucrânia e o direcionamento de armas e recursos para a região do Pacífico para combater a China, amplamente vista como o maior concorrente económico e militar dos Estados Unidos.
Leia Também: Kyiv matou mais de 230 mil combatentes russos nos últimos 6 meses