Detidos mais três presidentes de câmara da oposição da Turquia

As autoridades turcas detiveram hoje os presidentes de câmara de três grandes cidades da Turquia pertencentes ao principal partido da oposição, noticiou a imprensa estatal.

bandeira, Turquia

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Lusa
05/07/2025 10:09 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Turquia

Abdurrahman Tutdere, presidente da câmara de Adiyaman, e Zeydan Karalar, que dirige o município de Adana, foram detidos em rusgas de manhã cedo, segundo a agência de notícias Anadolu.

 

O presidente do município de Antalya, Muhittin Bocek, foi detido com dois outros suspeitos no âmbito de uma investigação separada sobre subornos levada a cabo pela Procuradoria-Geral local.

Trata-se de membros do Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), principal partido da oposição ao regime do Presidente Recep Tayyip Erdogan.

Karalar foi detido em Istambul e Tutdere na capital, Ancara, onde tem uma casa.

Tutdere publicou nas redes sociais que estava a ser levado para Istambul, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

Tutdere e Karalar juntam-se a uma lista crescente de figuras da oposição detidas desde que o presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi preso em março.

Dez pessoas, incluindo Karalar e Tutdere, foram detidas no âmbito de uma investigação da Procuradoria-Geral de Istambul sobre alegações de crime organizado, suborno e fraude em concursos.

Os pormenores das acusações contra Tutdere e Karalar não foram imediatamente divulgados pelos procuradores, mas a operação segue-se às detenções de vários funcionários de municípios controlados pelo CHP nos últimos meses.

Imamoglu, considerado por muitos como o principal adversário de Erdogan, que governa a Turquia há 22 anos, foi preso há quatro meses devido a alegações de corrupção.

O antigo presidente do CHP de Esmirna, a terceira maior cidade da Turquia, e 137 funcionários municipais foram detidos no início da semana no âmbito de uma investigação sobre alegadas fraudes em concursos públicos.

Na sexta-feira, o ex-presidente de câmara Tunc Soyer e 59 outras pessoas foram detidos enquanto aguardam julgamento.

O advogado de Soyer disse tratar-se de "uma decisão claramente injusta, ilegal e politicamente motivada".

Também na sexta-feira, os meios de comunicação social estatais noticiaram a detenção do presidente do CHP de Manavgat, uma cidade turística mediterrânica na província de Antalya, e de 34 outras pessoas por alegada corrupção.

Os dirigentes do CHP têm sido alvo nos últimos meses de uma vaga de detenções que muitos consideram ter por objetivo neutralizar o principal partido da oposição turca.

O Governo insiste que os procuradores e o poder judicial atuam de forma independente, mas a detenção de Imamoglu, em Istambul, deu origem aos maiores protestos de rua a que a Turquia assistiu em mais de uma década.

Imamoglu foi oficialmente nomeado candidato presidencial do CHP após a detenção.

As próximas eleições na Turquia estão previstas para 2028, mas poderão ocorrer mais cedo.

A repressão ocorre um ano depois de o CHP ter obtido ganhos significativos nas eleições autárquicas.

Adiyaman, que foi gravemente afetada pelo terramoto de 2023, foi uma das várias cidades anteriormente consideradas bastiões de Erdogan a cair nas mãos da oposição.

Leia Também: Turquia confrontada com incêndios propagados pela seca e pelo vento

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