O aviso surge depois de Abu Shabab ter admitido pela primeira vez, numa entrevista à estação de rádio israelita Makan, cooperar "a algum nível com Israel".
"Não teremos misericórdia com nenhum deles, nem com ninguém que siga o seu caminho de apoio à ocupação. Serão tratados como merecem os traidores e colaboradores", reagiram, num comunicado conjunto, vários movimentos armados palestinianos da Faixa de Gaza.
Para estas organizações, Abu Shabab é "um traidor a soldo" que, com o seu grupo, abandonou a nação.
"Foram completamente despojados da sua identidade palestiniana. Com o tempo, agarrar-se-ão às costas e aos tanques do inimigo como parasitas, quando o arrependimento já não lhes servir", acrescentam na nota.
Na entrevista à estação de rádio israelita Makan, Abu Shabab admitira também que não se coibirá de entrar em conflito direto com o Hamas, que chegou a incluir a sua rendição como uma das condições para um cessar-fogo com Israel, segundo a agência de notícias Europa Press.
Abu Shabab, 32 anos, nascido em Rafah, no sul do enclave palestiniano, foi condenado pelas autoridades do Hamas em Gaza por tráfico de droga, mas conseguiu fugir da prisão no início da guerra com Israel, segundo o 'site' Middle East Monitor.
O diário israelita Maariv noticiou recentemente que terá sido recrutado pelos serviços secretos israelitas para boicotar as operações do Hamas, cujo ataque a Israel, em 07 de outubro de 2023, desencadeou a guerra em curso em Gaza.
Netanyahu admitiu que financiava o grupo, a que chamou "Forças Populares", no início de junho, depois de o deputado e ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman ter declarado que o Governo israelita fornecia armas "a um bando de criminosos e malfeitores".
O ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 57 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel, Estados Unidos e União Europeia consideram o Hamas uma organização terrorista.
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