A ausência de Khamenei durante a guerra sugeriu uma forte segurança para o líder iraniano, que tem a palavra final em todos os assuntos de Estado.
A TV estatal no Irão mostrou Khamenei a acenar e a concordar com a cabeça para a multidão que gritava enquanto entrava numa mesquita e se sentava.
Não houve qualquer relato imediato sobre uma eventual declaração pública feita.
O Irão reconheceu a morte de mais de 900 pessoas na guerra, além de milhares de feridos e confirmou também danos graves nas suas instalações nucleares, negando o acesso aos locais aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica, das Nações Unidas.
Khamenei organizou uma cerimónia em memória do martírio do neto do profeta Maomé, Hussein, no século VII, numa mesquita próxima do seu escritório e residência na capital, Teerão. As autoridades iranianas, como o presidente do parlamento, estiveram presentes, e este tipo de eventos são sempre realizados sob forte segurança.
Os xiitas representam mais de 10% dos 1,8 mil milhões de muçulmanos do mundo e veem Hussein como o sucessor legítimo do profeta Maomé. A morte de Hussein em batalha às mãos dos sunitas em Karbala, a sul de Bagdad, criou uma cisão no Islão e continua a desempenhar um papel fundamental na formação da identidade xiita.
No Irão predominantemente xiita, bandeiras vermelhas representavam o sangue de Hussein e tendas e roupas funerárias pretas representavam luto. Procissões de homens a bater no peito e a autoflagelar-se demonstraram fervor. Alguns deitaram água sobre os enlutados no calor intenso.
Israel atacou o Irão a partir de 13 de junho, visando as suas instalações nucleares, sistemas de defesa, altos oficiais militares e cientistas do programa atómico. Em retaliação, o Irão disparou mais de 550 mísseis balísticos contra Israel, a maioria dos quais foram intercetados, mas os que conseguiram passar causaram danos em muitas zonas e mataram 28 pessoas.
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