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Pilhagem de madeira e pescado em África representa 12,9 mil milhões

O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan recomenda hoje uma "revolução verde e azul" em África e o fim da pilhagem de madeira e de pescado, que representa 18 mil milhões de dólares (12,9 mil milhões de euros) de perdas anuais.

Pilhagem de madeira e pescado em África representa 12,9 mil milhões
Notícias ao Minuto

03:15 - 08/05/14 por Lusa

Mundo Kofi Annan

"Se quisermos alargar os recentes sucessos económicos do continente à vasta maioria dos seus habitantes, temos de acabar com a negligência das nossas comunidades agrícolas e piscatórias. Chegou o momento de libertar as revoluções verde e azul de África", escreve o ganês, no prefácio do Relatório do Progresso de África, que será hoje apresentado em Londres.

Realizado pelo Africa Progress Panel (APP), que reúne dez personalidades que se preocupam com o futuro de África, incluindo a moçambicana Graça Machel, e é presidido por Kofi Annan, o relatório conclui que a exploração ilegal dos recursos florestais e a pesca ilegal estão a travar o progresso do continente africano.

Depois de no relatório do ano passado ter concluído que as saídas ilícitas de fundos, frequentemente associadas à evasão fiscal no setor das indústrias extrativas, custam ao continente 50 mil milhões de dólares (35,9 mil milhões de euros), ou seja 5,7% do seu PIB, o APP conclui este ano que a exploração florestal ilegal custa 17 mil milhões (12,2 mil milhões de euros) e a pesca ilegal outros 1,3 mil milhões de dólares (933 milhões de euros) anuais.

"Se estes problemas não forem abordados, estaremos a lançar as sementes de uma amarga colheita", escreve Kofi Annan no seu prefácio.

No relatório, o APP recorda os progressos conquistados pelo continente africano nos últimos anos, nomeadamente o seu rápido crescimento económico, a melhoria dos níveis de governação e a subida dos níveis de desenvolvimento ao nível da Educação e da Saúde.

No entanto, sublinha, África tem 13% da população mundial, mas apenas 1,6% do PIB global; os africanos representavam 22% dos pobres no mundo em 1990 e 33% em 2010; o número de pessoas subnutridas aumentou de 173 milhões em 1990 para 223 milhões em 2010.

A África subsaariana, que até 2000 era uma exportadora líquida de alimentos, importa hoje 35 mil milhões de dólares (25,1 mil milhões de euros) em alimentos e as importações excedem as exportações em 30%, alerta o APP.

Os autores do relatório identificam por isso a agricultura como a chave do crescimento para a redução da pobreza e defendem uma "revolução verde exclusivamente africana" que adapte as lições proporcionadas pela Ásia às circunstâncias africanas.

Salientam mesmo que é possível duplicar a produtividade agrícola de África no espaço de cinco anos.

"Os países africanos podem acabar com a fome e a subnutrição e tornarem-se intervenientes de peso nos mercados alimentares globais. É também vital libertar o potencial da agricultura e aquacultura sustentáveis para fornecer alimentos, empregos e receitas de exportação", pode ler-se no documento, que considera ter chegado o momento "para os governos cumprirem a sua promessa de despender pelo menos 10% dos recursos orçamentais na agricultura".

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