Cidadão russos encontrados em mosteiro de Kyiv após buscas de autoridades
Os serviços de segurança ucranianos anunciaram, esta quarta-feira, ter encontrado cidadãos russos e literatura pró-russa em mosteiros de um ramo da Igreja Ortodoxa Ucraniana, dependente do Patriarcado de Moscovo, que tem garantido não estar ligada à ofensiva russa no país.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
As descobertas, que também incluíram a apreensão de "vários milhares de dólares", foram feitas na sequência de uma investigação ordenada após uma música sobre o despertar da "Mãe Rússia" ter sido cantada num culto dessa igreja.
A investigação levou a buscas a instalações da Igreja Ortodoxa Ucraniana - incluindo o Mosteiro das Cavernas de Kyiv, declarado Património da Humanidade pela UNESCO - com o objetivo de encontrar esconderijos de espiões e armas.
Localizado na zona sul da capital ucraniana, o Mosteiro das Cavernas de Kyiv é encarado como a sede da ala russa da Igreja Ortodoxa Ucraniana que ainda está sob influência do Patriarcado de Moscovo.
Segundo os serviços de segurança ucranianos (SBU) foram apreendidos "mais de dois milhões de hryvnias (cerca de 52.000 euros), mais de 100.000 dólares (95.000 euros), vários milhares de rublos russos" e "literatura pró-russa, usada para estudos em seminários e escolas paroquiais, inclusive para propaganda ao 'mundo russo'".
O conceito de "mundo russo" foi adotado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, como uma das justificações para invadir a Ucrânia, já que relativiza as fronteiras entre as nações em nome de uma comunidade unida em torno da língua russa.
No total, "mais de 350 edifícios religiosos e 850 pessoas foram minuciosamente investigados" e "mais de 50 pessoas passaram por extensas entrevistas de contraespionagem", avançou esta quarta-feira o SBU.
O serviço de imprensa do Patriarcado de Moscovo denunciou na terça-feira as buscas como um "ato de intimidação" contra os crentes ucranianos.
A Igreja Ortodoxa Ucraniana tentou nos últimos meses distanciar-se de possíveis simpatias por Moscovo, afastando-se assim da ofensiva militar iniciada em fevereiro.
Também o porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dimitri Peskov, acusou Kyiv de estar a fazer uma perseguição religiosa, considerando as buscas em mosteiros como "mais um elo na cadeia de ações militares contra a ortodoxia russa".
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