Israel emite sentença sobre ataque coletivo a condutor árabe palestiniano
Um tribunal israelita condenou hoje um homem a um ano de prisão pelo seu envolvimento no ataque coletivo a um condutor árabe palestiniano durante a onda de violência intercomunitária em 2021.
© Reuters
Mundo Israel
Lahav Nagauker, que tinha 20 anos quando ocorreram os incidentes, foi condenado por incitamento à violência e racismo, na sequência de um recurso da defesa que implicou uma sentença mais ligeira.
Esta deliberação é a primeira em torno do incidente ocorrido em maio de 2021, quando um grupo de israelitas retirou à força Said Moussa do seu carro e o espancou violentamente, deixando-o imóvel e ensanguentado. Moussa ficou gravemente ferido na sequência do ataque.
O tribunal considerou que Nagauker não esteve envolvido no ataque, mas arremessou uma garrafa contra a viatura de Moussa, partindo o vidro traseiro.
Este espancamento, que ocorreu em Bat Yam, um subúrbio de Telavive, coincidiu com o conflito que então decorria entre Israel e militantes do Hamas na Faixa de Gaza.
Esta guerra desencadeou uma vaga de violência sem precedentes entre israelitas e árabes palestinianos, com cidadania israelita, em várias cidades do país, para além de uma inédita e massiva greve geral dos árabes israelitas (palestinianos que permaneceram nos seus territórios após a declaração da independência de Israel em 1948), cerca de 20% da população.
O violento ataque ao condutor foi filmado pela televisão, provocando imediatas reações de protesto.
Entrevistado em direto alguns momentos após o incidente, Nagauker disse ao jornalista "... que esta noite viemos para combater os árabes ... se for necessário matamo-los, se for necessário assassinamo-los".
De acordo com a deliberação final, na sequência de um acordo entre as partes, Nagauker admitiu as acusações.
A condenação a um ano de prisão é retroativa ao dia em que foi detido, em maio.
Foi ainda condenado a pagar 2.000 shekels (cerca de 600 euros) a um restaurante que ficou danificado.
Nagauker inclui-se entre as pelo menos dez pessoas que foram indiciadas pelo incidente.
Centenas de pessoas, na maioria árabes palestinianos, foram detidas na sequência desta vaga de violência, com grupos de judeus e de árabes a destruírem propriedades e a envolverem-se em confrontos, em alguns casos com mortes registadas.
Esta deliberação foi anunciada no mesmo dia em que um tribunal militar israelita condenou um palestiniano, que também detém a nacionalidade norte-americana, a duas penas de prisão perpétua e a uma multa de 1,5 milhões de euros pela morte de uma jovem israelita na Cisjordânia ocupada em maio passado.
Leia Também: Tribunal israelita condena palestiniano a duas penas de prisão perpétua
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