Justiça turca prolonga detenção do empresário e filantropo Osman Kavala
Um tribunal de Istambul manteve hoje a detenção do empresário e filantropo turco Osman Kavala, detido sem julgamento desde há quatro anos, ao considerar não existirem "novos elementos" para ordenar a sua libertação.
© Getty Images
Mundo Osman Kavala
O opositor, destacada figura da sociedade civil e acusado desde 2013 pelo regime do Presidente Recep Tayyip Erdogan de fomentar a desestabilização da Turquia, deverá comparecer de novo perante o tribunal de 26 de novembro.
Kavala, que tem negado todas as acusações, é designadamente acusado de ter apoiado em 2013 as manifestações antigovernamentais do "movimento Gezi" e que visavam o Governo de Erdogan, na ocasião primeiro-ministro.
O empresário é ainda acusado de ter procurado "derrubar o Governo" durante a tentativa de golpe de Estado em 2016.
Absolvido uma primeira vez em fevereiro de 2020, Osman Kavala foi de seguida colocado sob detenção por ter "apoiado" a tentativa de golpe de Estado contra Erdogan.
Na ocasião, denunciou um "estratagema" para prolongar a sua detenção.
Hoje, e perante um tribunal repleto, incluindo a presença de numerosos diplomatas norte-americanos e europeus, Osman Kavala surgiu num ecrã, em direto da prisão de Silivri, a oeste de Istambul, onde está detido desde outubro de 2017.
No decurso da audiência, o seu advogado divulgou um comunicado onde considerou que "o prolongamento da [sua] detenção em bases tão frágeis equivale a uma execução extrajudicial".
"É uma forma de perturbar os espíritos, para contornar a decisão do Tribunal Europeu dos direitos humanos [TEDH]" que exigiu a sua libertação em dezembro de 2019.
Em dezembro de 2019 o TEDH ordenou a sua "libertação imediata", mas sem sucesso.
O Conselho da Europa ameaçou recentemente Ancara com sanções, que poderão ser adotadas na sua próxima sessão agendada entre 30 de novembro e 02 de dezembro, caso o opositor não seja libertado até essa data.
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