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Afeganistão. Operação britânica de retirada está nas "últimas horas"

O primeiro-ministro britânico declarou hoje que a operação do Reino Unido para retirar civis do Afeganistão chegou às "últimas horas", mas moverá "céus e terra" para ajudar a retirar pessoas do país após o prazo de 31 de agosto.

Afeganistão. Operação britânica de retirada está nas "últimas horas"
Notícias ao Minuto

22:07 - 27/08/21 por Lusa

Mundo Boris Johnson

"É claro que, agora que nos aproximamos das últimas horas da operação, haverá infelizmente pessoas que não conseguirão sair, pessoas que seriam candidatas", declarou Boris Johnson.

"Moveremos céus e terra para as ajudar a sair [do Afeganistão], faremos tudo o que pudermos numa segunda fase", após a retirada das tropas estrangeiras, agendada para 31 de agosto, acrescentou o dirigente conservador.

Johnson falava no dia seguinte ao atentado perpetrado junto a um dos portões do aeroporto de Cabul que fez, pelo menos, 170 mortos, entre os quais 13 militares norte-americanos encarregados da segurança de uma gigantesca operação de retirada de civis afegãos em fuga do seu país após o regresso ao poder dos talibãs, a 15 de agosto.

Entre as vítimas mortais do atentado bombista suicida, há também dois cidadãos britânicos e uma criança filha de um cidadão britânico, indicaram as autoridades do Reino Unido.

"Penso que a sua perda sublinha verdadeiramente a urgência (...) de concluir a Operação Pitting, como estamos a fazer", observou Boris Johnson.

Horas antes, o seu ministro da Defesa, Ben Wallace, tinha indicado que "a operação principal" estava "agora terminada" e que restavam apenas "algumas horas" para retirar de Cabul cerca de mil pessoas que se encontravam dentro das instalações do aeroporto.

Wallace explicou que às 03:30 TMG (04:30 em Lisboa), o Reino Unido encerrou o Baron Hotel, para onde eram encaminhados os candidatos a partir para o Reino Unido, e fechou o Abbey Gate, um dos três pontos de acesso ao aeroporto da capital afegã, onde ocorreu na quinta-feira o atentado-suicida reivindicado pelo Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês), o ramo afegão do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).

Perto de 14.000 cidadãos britânicos e afegãos foram transportados para fora do Afeganistão, no âmbito da missão britânica, desde meados de agosto, segundo o ministro.

Entrevistado na rádio LBC, Wallace estimou, contudo, que até 150 cidadãos britânicos e entre 800 e 1.000 afegãos elegíveis para o programa destinado ao pessoal afegão empregado localmente pelo Reino Unido iriam ficar no Afeganistão.

Além desse dispositivo, o Reino Unido conta acolher, nos próximos anos, 20.000 refugiados afegãos.

Segundo o diário The Times, foram encontrados no chão da embaixada britânica documentos indicando a identidade de sete afegãos que ajudaram o Reino Unido, quando combatentes talibãs patrulhavam a zona.

O ministro da Defesa prometeu ir "ao fundo da questão para entender como é que isso pode ter acontecido".

Ben Wallace sublinhou ainda, na estação televisiva Sky News, que o ataque terrorista em Cabul "não tinha acelerado" os planos de partida dos britânicos.

O atentado não fez vítimas entre os militares britânicos que, perante a ameaça terrorista, tinham aumentado no dia anterior em 300 metros o perímetro de segurança do Baron Hotel.

"A ameaça vai, evidentemente, aumentar à medida que nos aproximamos da partida", previu, todavia.

Mil soldados foram enviados para Cabul no âmbito da missão britânica de retirada de civis do Afeganistão.

Leia Também: Militares portugueses e 24 afegãos já chegaram a Portugal

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