Primeiro voo direto Israel-Marrocos na terça-feira. Kushner a bordo
Jared Kushner, o genro de Donald Trump, vai inaugurar na terça-feira o primeiro voo direto entre Israel e Marrocos, o quarto dos países árabes que anunciaram desde agosto uma normalização com o Estado hebreu, impulsionada pelo presidente cessante norte-americano.
© Reuters
Mundo Diplomacia
A abertura da ligação entre Telavive e Rabat será acompanhada da assinatura de vários acordos ligados ao recente anúncio de um reinício de relações diplomáticas entre Israel e o reino, segundo o programa que está a ser preparado em Rabat.
A menos de um mês da saída de Trump da Casa Branca, o acontecimento pretende promover a ideia de um êxito do plano de paz para o Médio Oriente da sua administração.
Ao aceitar a ideia de uma normalização com Israel, Marrocos obteve como contrapartida o reconhecimento por parte de Trump da sua "soberania" sobre o Saara Ocidental, ex-colónia espanhola que disputa há decénios com os independentistas da Frente Polisário, apoiados pela vizinha e rival Argélia.
A negociação incluiu a abertura de um consulado dos Estados Unidos no Saara Ocidental e um programa de investimentos norte-americanos que a imprensa marroquina assegura ser enorme, paralelamente à reabertura de gabinetes diplomáticos em Telavive e Rabat e ao desenvolvimento ativo da cooperação económica bilateral.
A decisão de Marrocos, como antes a dos Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Sudão, contraria a posição tradicional dos países árabes de fazerem depender a normalização com Israel de um acordo entre o Estado hebreu e os palestinianos.
No entanto, assinala a agência France-Presse, tal como o Saara Ocidental, o apoio aos palestinianos é considerado uma "causa nacional" em Marrocos.
Segundo a agência oficial MAP, os marroquinos celebraram no mundo inteiro o "caráter marroquino do Saara", mas duas manifestações pró-palestinianas foram proibidas na semana passada em Rabat, com uma mobilização significativa das forças de segurança.
Israel, com 700.000 judeus de origem marroquina, e Marrocos, onde vive ainda a maior comunidade judaica do Norte de África, tiveram relações oficiais no final dos anos 1990, após os acordos de paz israelo-palestinianos de Oslo em 1993.
E se as relações foram oficialmente suspensas após o início da segunda Intifada em 2000, os laços mantiveram-se, refere a AFP, adiantando que as trocas comerciais bilaterais representaram 149 milhões de dólares (122 milhões de euros) entre 2014 e 2017, segundo estatísticas divulgadas pela imprensa marroquina.
Facto raro no mundo árabe, Marrocos reconhece um contributo judaico para a sua história e, sob a liderança do rei Mohamed VI, Casablanca tem um "museu do judaísmo marroquino", Essaouira organiza anualmente um festival de música judaico-árabe e os programas escolares passaram recentemente a mencionar o papel da comunidade judaica no desenvolvimento do país.
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