Etiópia: Parlamento Europeu apela a cessar-fogo imediato
O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje uma resolução em que apela a um "cessar-fogo imediato" entre o governo da Etiópia e a administração regional do Tigray e insta a que se revolva o conflito através de "meios democráticos".
© Reuters
Mundo Etiópia
"Os eurodeputados estão profundamente preocupados com o atual conflito armado entre o governo federal da Etiópia e a administração regional do Tigray, liderada pela Frente Popular de Libertação do Tigray, incluindo com as violências em curso e com as alegações de graves violações dos direitos humanos", sublinha o PE em nota de imprensa.
A assembleia deplora também as "perdas de vida, o assassínio de vidas inocentes e os assassínios extrajudiciais", e "implora" ao governo federal etíope e ao TPLF para que tomem "ações imediatas para mitigar o conflito".
O eurodeputado do PS, Carlos Zorrinho -- um dos relatores da resolução hoje aprovada -- referiu, durante o debate plenário, que a proposta serve de "apelo forte às partes em confronto para que promovam a reposição da legalidade democrática, assegurando o restabelecimento da normalidade constitucional e da paz na Etiópia".
"O conflito tem de ser cessado e mediado com urgência, através do diálogo democrático, evitando a morte de centenas de civis inocentes, deslocações massivas de populações, o atropelo dos direitos humanos e da liberdade de imprensa, e o surgimento de uma crise humanitária global", afirmou Carlos Zorrinho.
Já Janez Lenarcic, comissário para a Gestão das Crises, apelou a que o governo etíope permita "acesso livre" à imprensa e às instituições humanitárias à região do Tigray, e que procure uma "solução política, um diálogo, uma cessação das hostilidades sem demora".
"Esperamos que o governo etíope mostre contenção e evite uma nova escalada, e que não aplique violência ou medidas direcionadas a uma única etnia -- isso é uma questão muito sensível para a União Europeia", frisou Lenarcic em sessão plenária.
Em 04 de novembro, o primeiro-ministro etíope lançou uma operação militar na região de Tigray (norte do país), após meses de tensão crescente com as autoridades regionais do TPLF.
Desde então, a região tem sido palco de ofensivas militares desencadeadas pelos dois lados, com o disparo de foguetes e de incursões para a captura de localidades.
Mais de 40 mil pessoas abandonaram a região, em direção ao Sudão, e quase 100 mil refugiados eritreus em campos no norte de Tigray ficaram expostos às linhas de fogo.
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