"Agentes" chineses detidos nos EUA por perseguirem opositores a Pequim
Cinco "agentes" chineses foram hoje detidos nos Estados Unidos pelo papel desenvolvido numa operação batizada "Fox Hunt" que, a coberto da luta contra a corrupção, perseguiam opositores ao regime comunista de Pequim, indicaram fontes oficiais norte-americanas.
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Mundo EUA
Segundo o secretário adjunto da Justiça norte-americano, John Demers, no total, as autoridades judiciais dos Estados Unidos detiveram "oito agentes da República Popular da China que foram acusados por essa operação policial ilegal" realizada nos Estados Unidos, sendo que três deles "estão provavelmente" em solo chinês.
Falando numa conferência de impressa, Demers referiu que os restantes cinco foram interpelados na Califórnia, Nova Jérsia e Nova Iorque e serão apresentados a tribunal ainda hoje.
O governante norte-americano indicou que os acusados fazem parte de "brigadas chinesas de repatriamento que entraram sem se coordenarem" com as autoridades dos Estados Unidos.
Uma vez em território norte-americano, "dedicam-se a vigiar e a localizar os presumíveis fugitivos" e "utilizam técnicas de intimidação para fazê-los regressar a China", precisou Demers.
Alguns dos procurados pelas brigadas "podem ser culpados do que foram acusados, mas, em muitos casos, são oponentes do líder chinês Xi [Jinping], rivais, dissidentes ou críticos", pormenorizou.
"Os caçadores tornaram-se a caça", acrescentou.
Em concreto, a ata de acusação refere um assédio a uma vítima, cujo nome não é indicado.
Segundo o documento, os agentes, para localizar a vítima, conseguiram que o pai viesse aos Estados Unidos, filmaram a filha adulta a exercer pressão para o obrigar a regressar a Pequim e enviaram-lhe mensagens ameaçadoras.
As detenções estão entre uma série de ações recentes que a Administração do Presidente norte-americano tem tomado contra a China, país que Donald Trump considera o seu principal adversário.
Em julho, por exemplo, o Departamento de Justiça norte-americano acusou piratas informáticos ('hackers') que trabalhavam para o Governo chinês de procurar empresas que desenvolviam vacinas para o novo coronavírus e roubassem centenas de milhões de dólares em propriedade intelectual e segredos comerciais de empresas em todo o mundo.
"A China está a violar as leis e normas a torto e a direito", disse recentemente o diretor do FBI, Chris Wray.
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