Quase 100 crianças mortas por milícias na RDCongo no 1.º semestre do ano
Pelo menos 91 crianças foram mortas, 27 mutiladas e 13 vítimas de violência sexual no primeiro semestre deste ano na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), revelou a Unicef.
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Mundo UNICEF
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), num comunicado citado pela agência noticiosa Efe, "as crianças continuam a sofrer severamente com a violência e o caos causados pelo prolongado conflito nesta província".
"As condições de vida de milhares de crianças em Ituri têm-se deteriorado desde que a violência se intensificou, no início deste ano. Os ataques das milícias em zonas residenciais deixaram centenas de mortos e as crianças foram mutiladas, assassinadas ou recrutadas por grupos armados", acrescentou a Unicef.
De acordo com os dados da agência das Nações Unidas, há, neste momento, 2,4 milhões de pessoas em necessidade urgência de assistência humanitária na região, tendo 150 mil pessoas -- incluindo 87 mil crianças -- sido já assistidas pela Unicef e pelos seus parceiros.
Da mesma forma, a Unicef acredita que mais de 1,6 milhões de pessoas -- a maioria mulheres e crianças --, abandonaram, de forma forçada, as suas casas devido aos contínuos ataques e à violência crescente na região.
A insegurança resulta da presença de múltiplos grupos armados na região, incluindo a Cooperação para a Desenvolvimento do Congo (Codeco), da comunidade lendu, e os rebeldes ugandeses das Forças Democráticas Aliadas (ADF), duas das principais milícias no país.
"A insegurança na província de Ituri continua a minar os esforços humanitários, enquanto a insuficiência de fundos limita o alcance das atividades no terreno", referiu a Unicef, que disse haver um défice de financiamento na ordem dos 235 milhões de dólares (cerca de 200 milhões de euros).
A RDCongo, em particular na sua região nordeste, tem sido afetada por um longo conflito protagonizado por milícias armadas, nacionais e estrangeiras, que as forças da missão das Nações Unidas no país, a Monusco, ainda não foram capazes de travar.
Atualmente, a Monusco conta com mais de 18 mil soldados destacados na RDCongo.
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