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Itália proíbe embarque de dois tripulantes em navio humanitário

As autoridades italianas proibiram dois tripulantes do navio Mare Jonio, da organização italiana Mediterranea Saving Humans, de embarcarem hoje em Pozzallo, na Sicília, para uma missão de resgate de migrantes.

Itália proíbe embarque de dois tripulantes em navio humanitário
Notícias ao Minuto

11:30 - 25/09/20 por Lusa

Mundo Migrações

O comandante do navio Mediterranea Saving Humans foi notificado através de um documento assinado pelo comandante da autoridade portuária de Pozzallo, Donato Zito.

De acordo com o jornal La Repubblica, os dois membros da tripulação foram proibidos de embarcar porque os seus perfis não correspondiam ao "tipo de serviço realizado pelo Mare Jonio".

Como quase todos os navios humanitários, o Mare Jonio não está registado como um navio de busca e salvamento, mas como um navio mercante com funções de carga e vigilância.

Apesar de o registo naval italiano o ter reconhecido como um navio equipado para busca e salvamento, a guarda costeira não admite tal situação.

A organização não-governamental (ONG) disse, num comunicado, que as autoridades não permitiram o embarque de um paramédico e de um perito em busca e salvamento no mar, pelo que "a atividade no Mediterrâneo do Mare Jonio está bloqueada".

A organização referiu que é "o último ato de uma série de medidas adotadas por várias autoridades desde que, em maio passado, a embarcação retomou as suas atividades no mar após uma suspensão forçada devido a outra questão judicial".

Desde a saída em 09 de junho do porto de Trapani, foram abertas duas investigações na procuradoria de Ragusa contra os comandantes e armadores, acusados de "não cumprimento das exigências das autoridades" devido ao resgate de 67 pessoas em 19 de junho e o desembarque das 27 pessoas resgatadas a bordo do navio mercante Maersk Etienne em 12 de setembro.

"Obviamente, é uma perseguição administrativa e judicial seletiva que surge de uma vontade política precisa do Governo, que contém uma mensagem clara e terrível e tem um objetivo igualmente mortal", apontou a Mediterranea Saving Humans.

No momento não há qualquer navio humanitário no Mediterrâneo central, de que as autoridades judiciárias também bloquearem o Sea Watch 4, da ONG alemã homónima e dos Médicos sem Fronteiras.

O outro navio da ONG, o Sea Wach 3, também foi bloqueado e há poucos dias teve permissão de sair do porto do porto de Empedocle somente para seguir para o porto de Burriana, em Espanha. O mesmo aconteceu durante o verão com o Aita Mari, do Resgate Marítimo Humanitário.

A tripulação do navio da ONG espanhola Open Arms mantém a quarentena obrigatória exigida devido à pandemia no porto de Palermo.

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