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Centenas de palestinianos protestam contra "traição" de Abu Dhabi

Centenas de palestinianos reuniram-se hoje em Gaza e na Cisjordânia para rejeitar o acordo de normalização das relações Israel/Emirados Árabes Unidos, enquanto em Jerusalém foram queimadas bandeiras com a cara do príncipe herdeiro de Abu Dhabi.

Centenas de palestinianos protestam contra "traição" de Abu Dhabi
Notícias ao Minuto

15:40 - 14/08/20 por Lusa

Mundo Israel

A queima das bandeiras, onde foi escrita a palavra "traidor" por cima da imagem de Mohamed bin Zayed al Nahyan, aconteceu na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, quando dezenas de palestinianos começaram espontaneamente a protestar após as orações.

Ao mesmo tempo, centenas de palestinianos participavam em manifestações em Gaza, tendo os líderes do movimento islâmico Hamas (que governa de facto a faixa de Gaza desde 2007) condenado o acordo entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU), anunciado na quinta-feira.

"A Palestina declara hoje a unidade da sua posição e a solidez da sua unidade", disse o líder do Hamas, Mushir al-Masri, em resposta ao pacto a que chamou de "queda das máscaras".

"A Palestina não está à venda", "Não à normalização e não aos que conduzem a normalização com a ocupação", foram alguns dos gritos entoados pelos manifestantes.

As cidades de Nablus e Hebron, respetivamente no norte e no sul da Cisjordânia, também convocaram protestos contra o acordo, que acreditam romper o consenso dos países árabes de não formalizar relações diplomáticas com Israel até o Estado palestiniano ser estabelecido.

Embora o acordo inclua a suspensão temporária da anexação israelita de partes da Cisjordânia, os palestinianos consideram que o pacto "legitima a atual ocupação de Israel" em vez de "promover a causa palestiniana".

"A liderança pede aos Emirados Árabes Unidos que se retratem imediatamente do anúncio vergonhoso" que fizeram, declarou a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), apelidando o acordo de "um ataque aos direitos dos palestinianos" e um "ato de traição".

Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, agradeceu aos líderes do Egito, de Omã e do Bahrein o "apoio" dado ao acordo.

"Agradeço ao Presidente egípcio, al-Sissi, e aos governos de Omã e do Bahrein pelo apoio dado ao acordo de paz histórico entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, que alarga o círculo de paz e beneficia toda a região", escreveu Netanyahu no Twitter.

Já o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas, pediu uma reunião de emergência à Liga Árabe para que repudie o pacto, considerando que se trata de "uma traição" de um país árabe aos palestinianos.

Os EAU e Israel deverão assinar nas próximas três semanas, em Washington, um acordo para normalizar as suas relações, o que fará de Abu Dhabi a terceira capital árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel desde a criação do Estado hebreu, após o Egito (1979) e a Jordânia (1994).

Segundo os Emirados, o acordo foi alcançado "para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos", mas o primeiro-ministro israelita indicou que o pacto terá apenas o efeito de "adiar" os planos israelitas de anexar partes da Cisjordânia.

O projeto de normalização das relações entre Israel e as nações do Golfo, como o Bahrein, a Arábia Saudita e os Emirados, é um dos aspetos do plano da administração norte-americana de Donald Trump para o Médio Oriente, saudado pelos israelitas, mas rejeitado pelos palestinianos.

O plano prevê também a anexação por Israel do vale do Jordão e de colonatos na Cisjordânia, considerados ilegais pela lei internacional.

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