"Invadiram o cemitério turco, situado na zona de Al-Mawasi, a oeste da província de Khan Yunis, na Faixa de Gaza, com tanques e bulldozers", declarou o movimento islamita palestiniano em comunicado.
Já em agosto, o exército israelita tinha devolvido a Gaza 84 corpos retirados de vários cemitérios da Faixa, em avançado estado de decomposição, que foram enterrados no cemitério turco.
O exército israelita não comentou o comunicado do Hamas.
"Escavaram e exumaram sepulturas e roubaram os corpos dos mártires e dos mortos, num ato criminoso e brutal", pode ler-se na mesma nota.
Fontes palestinianas disseram à agência de notícias EFE que a extração de corpos de cemitérios no enclave é uma prática comum das forças armadas israelitas em busca de cadáveres de reféns.
"A ocupação [israelita] destruiu total ou parcialmente cerca de 40 cemitérios dos 60 existentes na Faixa de Gaza durante a brutal guerra de extermínio", acrescentaram as mesmas fontes, que não foram identificadas.
O governo de Gaza denunciou igualmente que a passagem das tropas israelitas pelo cemitério provocou a demolição dos campos de deslocados palestinianos circundantes, sendo Al-Mawasi um dos principais na Faixa de Gaza.
Na quinta-feira, os meios de comunicação social palestinianos alertaram que o exército israelita estava a pedir aos residentes do sul de Gaza.
Embora o exército israelita tenha descrito Al-Mawasi como uma "zona segura" desde maio do ano passado, tem sido alvo de bombardeamentos regulares.
Entre 18 de março, data do recomeço da guerra em Gaza, e 16 de junho, o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU registou a morte de 380 pessoas em Al-Mawasi, 158 das quais mulheres e crianças.
Esta zona costeira tem cerca de 8,9 quilómetros quadrados e tem atualmente uma densidade de cerca de 48.000 pessoas por quilómetro quadrado.
Na parte mais estreita, a distância entre o mar e o que Israel considera uma zona de combate é de cerca de 540 metros.
"Antes da guerra, Gaza já era uma das zonas mais densamente povoadas do Médio Oriente, com 5.500 pessoas por quilómetro quadrado", de acordo com um relatório da ONU de 30 de junho.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 57 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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