Presidente tunisino diz que país está a atravessar a pior crise política
O Presidente tunisino, Kaïs Said, alertou hoje que o país enfrenta a pior crise política dos últimos anos e pediu a colaboração dos partidos e deputados independentes no Parlamento.
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Mundo Tunísia
Said apelas às diferentes forças partidárias e deputados que ponham de lado as suas diferenças para tirar a Tunísia do "estado de caos" em que se encontra.
Num comunicado distribuído à imprensa, o Presidente, eleito em setembro, advertiu que a Constituição lhe concede prerrogativas como a possibilidade de dissolver a Câmara, mas que espera não ter de recorrer a este tipo de soluções drásticas.
O aviso de Said foi conhecido minutos após uma reunião com o presidente da Câmara e líder do partido conservador islamista Ennahda, Rachid Ghannouchi, com o intuito de encontrar uma saída para a instabilidade que tem vivido o país desde que o Presidente forçou a demissão do primeiro-ministro, Elyes Fakhfakh, na quarta-feira.
"A situação não pode continuar. Não ficarei de braços cruzados perante a negligência das instituições do Estado. Temos leis que preservam o bom funcionamento das instituições estatais. Já não é uma questão de tolerar bloqueios", advertiu.
A crise começou em meados de junho, quando a Autoridade Nacional Tunisina de Luta Contra a Corrupção apresentou um relatório à Assembleia em quem concluía que o primeiro-ministro tinha cometido um delito de "conflito de interesses", por não ter declarado a sua participação, como acionista, em empresas contratadas pelo Estado, e exortou-o a regularizar a sua situação no prazo máximo de um mês.
No final desse período, Ennahda, a primeira força na Câmara, parceira de Fakhfakh no executivo, anunciou que tinha o apoio necessário para apresentar uma moção de censura que, a acontecer, lhe conferia o direito de apresentar um candidato alternativo.
O primeiro-ministro, que nega as acusações e tinha ameaçado uma remodelação do Gabinete no dia anterior, foi obrigado a demitir-se após uma reunião com o chefe de Estado, que agora tem o direito de nomear um substituto antes de 27 de Julho.
Vários partidos políticos sem representação parlamentar e organizações sociais pediram a Fakhfakh, nas últimas horas, para deixar "imediatamente" o executivo em exercício, formado após a expulsão dos ministros do Ennahda, e para delegar o seu poder a um dos membros do gabinete.
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