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Militares colombianos suspeitos de espionagem vão a julgamento

A Procuradoria-Geral da Colômbia vai levar a julgamento dois generais, cinco coronéis, três majores, um tenente e dois oficiais do exército, por suposta participação em espionagem militar contra jornalistas, políticos da oposição e defensores dos direitos humanos.

Militares colombianos suspeitos de espionagem vão a julgamento
Notícias ao Minuto

23:07 - 20/05/20 por Lusa

Mundo Colômbia

Em comunicado divulgado hoje, o Ministério Público da Colômbia revelou ainda que pediu ao Ministério da Defesa, como medida preventiva, que reveja de imediato "os procedimentos e protocolos" dos organismos de 'inteligência' e que suspenda as ações que "não dão segurança quanto ao cumprimento da Constituição e da lei".

"Caso essas medidas não existam ou não sejam suficientes, o ministério está obrigado a ordenar a suspensão de qualquer procedimento que tenha como objeto ações semelhantes, dando as instruções necessárias", acrescentou a Procuradoria-Geral, citada pela agência Efe.

Uma investigação da revista colombiana Semana revelou que, entre fevereiro e dezembro de 2019, os serviços secretos militares espiaram mais de 130 pessoas, incluindo jornalistas locais, correspondentes estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos, políticos e advogados de direitos humanos.

Os responsáveis por estes atos criaram perfis pormenorizados de cada pessoa, com os nomes dos seus contactos, familiares e locais de residência, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).

Esta entidade, com sede em Miami, Estados Unidos da América, condenou veementemente a espionagem de jornalistas nacionais e estrangeiros na Colômbia e instou o Governo presidido por Iván Duque a investigar e punir os responsáveis.

De acordo com a acusação, os militares chamados a julgamento estão ligados, ou fizeram parte, do Gabinete de Operações, da Brigada de Inteligência Militar, dos batalhões de Inteligência Cibernética, Inteligência Militar Estratégica e Contra-Inteligência em Segurança da Informação.

A Procuradoria-Geral acusa-os de "recolherem informações de caráter privado de cidadãos nacionais e estrangeiros".

Esta entidade destacou que estas ações violam os requisitos estabelecidos na Lei de Inteligência e podem afetar os direitos fundamentais das pessoas, classificando as ações como uma ofensa "muito grave ou fraude".

O ministro da Defesa da Colômbia tinha garantido na terça-feira a investigação a uma possível ligação das Forças Armadas colombianas "a regimes ditatoriais na região", em resposta a uma suposta infiltração do regime venezuelano nos organismos de inteligência do país.

"A fuga de informações por parte de qualquer funcionário público, ou elemento da força pública, que viole ou não cumpra com o dever de reserva dessas informações, resulta num crime e, portanto, deve ser investigado e punido", realçou o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, citado pela agência Efe.

Carlos Holmes Trujillo respondeu assim às declarações do ministro venezuelano de Comunicação, Jorge Rodríguez, que afirmou que o Governo da Venezuela, presidido por Nicolás Maduro, tem em seu poder gravações dos envolvidos nos ataques fracassados ocorridos no início do mês naquele país, que, segundo ele, foram obtidas graças aos infiltrados que eles têm na Colômbia.

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