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"É essencial" que Estados se abstenham de ser donos de media

A Plataforma do Conselho da Europa para promover a Proteção do Jornalismo e Segurança dos Jornalistas considera "essencial" que os Estados se abstenham de ser donos dos media, num relatório hoje divulgado.

"É essencial" que Estados se abstenham de ser donos de media
Notícias ao Minuto

10:00 - 29/04/20 por Lusa

Mundo Plataforma do Conselho da Europa

O relatório anual das organizações parceiras da Plataforma do Conselho de Europa, denominado de "Hands off press freedom: Attacks on media in Europe must not become a new normal" [numa tradução livre "'Tira as mãos' da liberdade de imprensa: Ataques aos media na Europa não devem ser um 'novo normal'"], faz um balanço do setor no ano passado.

"Os alertas da plataforma em 2019 testemunharam as ameaças contínuas à independência, credibilidade e sustentabilidade do Serviço Público de Media (SPM) ao longo da Europa, incluindo medidas para reduzir o financiamento em vários Estados-membros e exemplos de interferência política na gestão e governança das emissoras públicas", aponta o relatório.

"É essencial que os Estados se abstenham de ser donos diretos ou substitutos dos media e mantenham a neutralidade política do SPM, bem como dos órgãos reguladores, a fim de estabelecer um ambiente favorável para o debate público aberto, de acordo com as normas e padrões exigidos pelos Estados-menbros do Conselho da Europa", lê-se no documento, a propósito do controlo político sobre os media.

A Plataforma refere que as organizações parceiras "expressam preocupações significativas sobre as ações do Governo do Reino Unido e em outros lugares, para desacreditar os canais de transmissão pública ou limitar as presenças nos seus programas para evitar questões, especialmente em momentos de eleições e de incerteza política".

Em alguns países, o Serviço Público de Media foi "de facto transformado em media estatal", refere.

O SPM na Federação Russa, Hungria e Polónia tornaram-se "porta-vozes do governo, atuando como convenientes ferramentas de propaganda, antes e durante as eleições", denuncia o relatório.

A Plataforma do Conselho da Europa para promover a Proteção do Jornalismo e Segurança dos Jornalistas inclui entre os seus parceiros a Federação Europeia de Jornalistas, a Federação Internacional de Jornalistas, os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), entre 14 entidades.

"Por fim, os alertas enviados à Plataforma em 2019 relataram várias instâncias de ataques verbais ou físicos ao SPM e aos seus funcionários durante protestos antigovernamentais, principalmente em França, Sérvia e Espanha", exemplifica.

"Em vários casos, a televisão e os jornalistas de rádio enfrentaram multidões raivosas que os acusaram de relatar incorretamente ou fornecer material de vídeo à polícia", adianta o documento, dando o exemplo que funcionários da Radiotelevisión España e da Radio Catalunya foram perseguidos por manifestantes hostis e o seu equipamento ficou danificado.

O relatório refere que a União Europeia tem demonstrado "vontade política" em defender a liberdade de imprensa nos Estados-membros, apontando que após as eleições de maio de 2019, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pôs Vera Jourová como vice-presidente e comissária com mandato de reforçar a liberdade de imprensa.

"Esta publicação apresenta a avaliação anual de ameaças à liberdade de imprensa nos Estados-membros do Conselho da Europa em 2019 pelas organizações parceiras para a Plataforma de Segurança dos Jornalistas", refere.

A Plataforma foi criada pelo Conselho da Europa em 2015, "em cooperação com importantes organizações internacionais ONG ativas no campo da liberdade de expressão e associações de jornalistas, para facilitar a recolha e disseminação de informações sobre ameaças graves à liberdade de imprensa e segurança".

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