Washington discutirá com Bagdad presença militar dos EUA no Iraque
Washington anunciou que vai discutir com Bagdad, em junho, o futuro da presença militar norte-americana no Iraque, formalmente contestada pelo Parlamento iraquiano.
© Reuters
Mundo Iraque
As relações entre os dois países aliados têm estado muito tensas desde uma série de ataques aos interesses norte-americanos no Iraque, no final de 2019, atribuídos pelos Estados Unidos ao Irão ou a aliados paramilitares iraquianos.
A situação degradou-se ainda mais depois de um ataque aéreo norte-americano que matou Qassem Soleimani, um poderoso general iraniano, em Bagdad, no início de janeiro.
Hoje, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou que os dois países irão discutir o futuro das suas relações militares e diplomáticas.
"Os Estados Unidos ofereceram um diálogo estratégico com o Governo iraquiano, que deverá ocorrer em meados de junho", disse Pompeo, numa conferência de imprensa em Washington.
A proposta norte-americana ocorre depois de o Parlamento iraquiano ter formalmente votado a favor da retirada dos soldados dos EUA ainda presentes no país, integrando uma coligação internacional que luta contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico.
"Com a pandemia da covid-19 e as receitas do petróleo a mergulharem, ameaçando o colapso da economia iraquiana, é importante que os nossos dois governos trabalhem juntos para evitar esquecer as vitórias contra o [grupo extremista] Estado Islâmico e para estabilizar a região", explicou o chefe da diplomacia norte-americana.
O diálogo incluirá todos os pontos do relacionamento militar e diplomático entre os Estados Unidos e o Iraque, "incluindo o futuro da presença das forças armadas dos EUA", assegurou Pompeo.
O subsecretário de Estado para os Assuntos Políticos, David Hale, número três da diplomacia norte-americana, representará os EUA nessas negociações.
O Governo dos Estados Unidos, que prometeu retirar as suas forças militares dos teatros de operação no Médio Oriente, não descarta a hipótese de reduzir a sua presença na região, sendo substituída por forças da Nato, mas já anunciou que não sairá totalmente do Iraque.
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