"Se olharmos para a curva dos casos, temos de quebrá-la, não só dobrá-la"
António Guterres considera que o mundo está a "viver uma situação de guerra" e que tem de lidar com o coronavírus com uma "economia de guerra". As Nações Unidas lançaram o Plano de Resposta Humanitária Mundial e pedem doações de 1,8 mil milhões de euros.
© Reuters
Mundo Coronavírus
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sublinhou que é essencial um esforço coordenado dos países para "suprimir" o coronavírus. Numa entrevista à Euronews, na tarde de quarta-feira, e depois de a ONU ter lançado o Plano de Resposta Humanitária Mundial para enfrentar a crise gerada pela pandemia, salientou a importância de "quebrar" a curva de casos de Covid-19.
"Temos de ter uma estratégia clara para suprimir a Covid-19. E só podemos fazê-lo se todos os países, começando pelo G20, tiverem um plano articulado que combine os testes, o rastreamento, as medidas de restrição de circulação, a quarentena. Isto faz-se de forma diferente em cada país, mas deve ser feito de forma coordenada", afirmou Guterres.
"A estratégia não pode passar só pela mitigação. Se olharmos para a curva dos casos, temos de quebrá-la, não apenas dobrá-la", acrescentou.
O impacto económico da pandemia faz-se sentir e prevê-se que seja cada vez maior com o passar do tempo, estimando-se consequências ainda mais gravosas do que as geradas pela crise financeira de 2008. Como tal, uma das preocupações do secretário-geral da ONU prende-se com a resposta económica à pandemia.
"Temos de responder aos desafios socio-económicos desta doença (...) É essencial manter os agregados familiares e as empresas à tona com apoio direto. Isto é crucial. Isto está a ser feito em vários países, mas tem de ser feito de forma coordenada, com o apoio do G20", frisou, lembrando que "estamos a viver uma situação de guerra com o vírus e temos de lidar com isto com uma economia de guerra".
Na mente de António Guterres também já está o período de recuperação que se seguirá, e que poderá trazer alterações.
"Temos de preparar uma recuperação. Uma recuperação para uma economia mais sustentável e inclusiva. Não precisamos de replicar de forma exata a economia do passado. Muitas coisas vão mudar de forma irreversível nas nossas vidas. Temos de encarar esta situação dramática como uma oportunidade para termos economias mais inclusivas e sustentáveis", realçou o responsável da ONU.
Questionado sobre se a Organização Mundial da Saúde (OMS) teve uma reação lenta à pandemia de coronavírus, António Guterres mostrou ter uma opinião diferente. "Acho que a OMS deu linhas de orientação claras desde o início. Penso que os países foram lentos a reagir, mas agora não devemos entrar num jogo de atribuição de culpas", ressalvou.
O Plano de Resposta Humanitária Mundial lançado pela ONU tem como objetivo "permitir combater o vírus nos países mais pobres do mundo e responder às necessidades das pessoas mais vulneráveis, nomeadamente as mulheres e as crianças, os idosos, os deficientes e os doentes crónicos", e vai estender-se até dezembro.
A ONU pede doações de dois mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros), e trata-se de um valor que integra os apelos a doações que já foram feitos por várias agências da ONU, como a OMS, por exemplo.
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