"A cooperação normal entre a China e a Rússia não admite interferências de terceiros", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa.
Mao garantiu que os laços entre Pequim e Moscovo "não são dirigidos contra nenhuma terceira parte".
As declarações surgem em resposta às críticas de von der Leyen, que afirmou na véspera, durante um debate no Parlamento Europeu, que "o apoio inabalável da China à Rússia está a criar uma grande instabilidade e insegurança para a Europa".
"Podemos afirmar que, na prática, a China está a permitir a economia de guerra da Rússia - e isso não é aceitável", disse a líder do executivo comunitário, sublinhando que a forma como Pequim continuar a interagir com a guerra de Vladimir Putin será determinante para o futuro das relações entre a União Europeia (UE) e a China.
Von der Leyen deverá visitar Pequim no final de julho, acompanhada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, para uma cimeira que assinalará os 50 anos de relações diplomáticas entre as duas partes.
Desde o início da invasão russa em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a China tem aprofundado os seus laços com Moscovo, o que tem gerado preocupação em Bruxelas.
Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito, apelando ao "respeito pela integridade territorial de todos os países, incluindo a Ucrânia", mas também à consideração das "preocupações legítimas de segurança de todas as partes", numa referência à Rússia.
Vários países ocidentais têm acusado a China de apoiar o esforço de guerra russo, algo que Pequim tem negado repetidamente.
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