Amnistia Internacional denuncia "justiça paralela" no Egito
A organização não-governamental (ONG) Amnistia Internacional denunciou hoje que as autoridades egípcias estão usar um sistema de "justiça paralela" para reprimir a oposição ao Presidente do país, Abdel Fattah al-Sisi.
© Reuters
Mundo Amnistia Internacional
"No Egito, a situação piora, a repressão endurece", disse uma representante da Amnistia Internacional (AI) em França na terça-feira, numa conferência de imprensa em Paris.
"No Egito de Sisi, todos os críticos do Governo são vistos como potenciais terroristas ", frisou Katia Roux.
A organização de direitos humanos sediada no Reino Unido pediu uma comissão independente para investigar o papel da Procuradoria de Segurança do Estado (SSSP) que, segundo a responsável, é parte integrante do plano repressivo do atual Governo egípcio.
Esse órgão judicial especial lida com atividades que podem ameaçar a segurança nacional, em particular investigando ativistas políticos ou figuras islâmicas, algumas das quais da Irmandade Muçulmana e proibidas no Egito.
No relatório da AI, apresentado hoje e intitulado "Estado Permanente de Exceção", a Amnistia entrevistou dezenas de ex-detidos e os seus advogados. A organização teve também acesso aos registos oficiais dos 138 casos que foram investigados pelo SSSP entre 2013 e 2019.
De acordo com estes dados, a AI observou um aumento no número de casos tratados pelo SSSP: 1.739 em 2018, em comparação com 529 em 2013.
Segundo a AI, esse aumento permitiu às autoridades deter suspeitos e colocá-los em prisão preventiva durante o período de investigação. Mas essas detenções arrastam-se por meses, se não anos, denunciou.
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