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Líder judaico acusa Jeremy Corbyn de antissemitismo

A 16 dias das eleições legislativas de 12 de dezembro no Reino Unido, o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, foi hoje confrontado novamente com acusações de antissemitismo, desta vez pelo Rabino Chefe britânico.

Líder judaico acusa Jeremy Corbyn de antissemitismo
Notícias ao Minuto

17:26 - 26/11/19 por Lusa

Mundo Eleições Reino Unido

Ephraim Mirvis, o líder espiritual das 62 sinagogas ortodoxas do Reino Unido, escreveu no jornal The Times que os judeus estão preocupados com a perspetiva de o Partido Trabalhista formar o próximo governo, acusando Corbyn de permitir que a hostilidade contra a comunidade se tenha enraizado no 'Labour'.

"Não me cabe dizer a ninguém como deve votar. Lamento estar nesta situação. Simplesmente faço a pergunta: o que dirá o resultado destas eleições sobre a bússola moral do nosso país? Quando chegar 12 de dezembro, peço a cada pessoa que vote com consciência. Não tenhamos dúvida, a própria alma da nossa nação está em jogo", afirmou.

Corbyn, que tem um passado conhecido de ativismo a favor da Palestina, é acusado de não ter estancado o problema, refletido quando militantes e dirigentes que fazem declarações publicamente e nas redes sociais, mas o líder trabalhista alega que o partido tem respondido expeditamente com processos disciplinares e expulsões.

Hoje, num evento para lançar um programa sobre etnias e religião, o líder trabalhista garantiu ser contra antissemitismo no partido, reiterando ter tomado medidas e convidando o Rabino a dialogar.

"Desde que me tornei líder do partido, este adotou processos que não existiam antes, tem um processo disciplinar que não existia antes. E quando as pessoas cometem atos antissemitas, elas são alvo de processo disciplinar e, se necessário, expulsas do partido ou suspensas ou solicitadas a serem educadas sobre o assunto", explicou.

O tema tem sido levantado frequentemente durante a campanha, tendo o maior jornal judeu do Reino Unido, o Jewish Chronicle, feito uma primeira página a apelar aos leitores para não votarem em Jeremy Corbyn porque "aliou-se e apoiou antissemitas" e por "ter impedido ativamente a medidas contra os racistas".

A questão também levou vários deputados a abandonarem o Partido, nomeadamente Luciana Berger, que atualmente representa os Liberais Democratas, e John Mann, que foi recrutado pelo governo para dirigir um grupo de trabalho sobre o antissemitismo.

Ian Austin, antigo aliado de Gordon Brown, também renunciou à reeleição e chegou ao ponto de apelar ao voto no primeiro-ministro e líder do partido Conservador, Boris Johnson, argumentando que Corbyn "não tem condições" para ser primeiro-ministro.

"Penso que ele passou a vida toda na política a trabalhar e a defender muitas pessoas extremistas e, em alguns casos, antissemitas e terroristas", acusou, referindo organizações como IRA, Hamas e Hezbollah.

Para agravar a situação, o antigo primeiro-ministro trabalhista Tony Blair manifestou reservas no atual líder do seu partido e sugeriu na segunda-feira que os eleitores votem útil para que nem Corbyn nem Boris Johnson tenham uma maioria absoluta.

"Eles estão a vender dois conjuntos de fantasias; e ambos, como governos maioritários, representam um risco que seria imprudente para o país", afirmou, num evento organizado pela agência Reuters em Londres na segunda-feira à noite.

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