Líder judaico acusa Jeremy Corbyn de antissemitismo
A 16 dias das eleições legislativas de 12 de dezembro no Reino Unido, o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, foi hoje confrontado novamente com acusações de antissemitismo, desta vez pelo Rabino Chefe britânico.
© Reuters
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Ephraim Mirvis, o líder espiritual das 62 sinagogas ortodoxas do Reino Unido, escreveu no jornal The Times que os judeus estão preocupados com a perspetiva de o Partido Trabalhista formar o próximo governo, acusando Corbyn de permitir que a hostilidade contra a comunidade se tenha enraizado no 'Labour'.
"Não me cabe dizer a ninguém como deve votar. Lamento estar nesta situação. Simplesmente faço a pergunta: o que dirá o resultado destas eleições sobre a bússola moral do nosso país? Quando chegar 12 de dezembro, peço a cada pessoa que vote com consciência. Não tenhamos dúvida, a própria alma da nossa nação está em jogo", afirmou.
Corbyn, que tem um passado conhecido de ativismo a favor da Palestina, é acusado de não ter estancado o problema, refletido quando militantes e dirigentes que fazem declarações publicamente e nas redes sociais, mas o líder trabalhista alega que o partido tem respondido expeditamente com processos disciplinares e expulsões.
Hoje, num evento para lançar um programa sobre etnias e religião, o líder trabalhista garantiu ser contra antissemitismo no partido, reiterando ter tomado medidas e convidando o Rabino a dialogar.
"Desde que me tornei líder do partido, este adotou processos que não existiam antes, tem um processo disciplinar que não existia antes. E quando as pessoas cometem atos antissemitas, elas são alvo de processo disciplinar e, se necessário, expulsas do partido ou suspensas ou solicitadas a serem educadas sobre o assunto", explicou.
O tema tem sido levantado frequentemente durante a campanha, tendo o maior jornal judeu do Reino Unido, o Jewish Chronicle, feito uma primeira página a apelar aos leitores para não votarem em Jeremy Corbyn porque "aliou-se e apoiou antissemitas" e por "ter impedido ativamente a medidas contra os racistas".
A questão também levou vários deputados a abandonarem o Partido, nomeadamente Luciana Berger, que atualmente representa os Liberais Democratas, e John Mann, que foi recrutado pelo governo para dirigir um grupo de trabalho sobre o antissemitismo.
Ian Austin, antigo aliado de Gordon Brown, também renunciou à reeleição e chegou ao ponto de apelar ao voto no primeiro-ministro e líder do partido Conservador, Boris Johnson, argumentando que Corbyn "não tem condições" para ser primeiro-ministro.
"Penso que ele passou a vida toda na política a trabalhar e a defender muitas pessoas extremistas e, em alguns casos, antissemitas e terroristas", acusou, referindo organizações como IRA, Hamas e Hezbollah.
Para agravar a situação, o antigo primeiro-ministro trabalhista Tony Blair manifestou reservas no atual líder do seu partido e sugeriu na segunda-feira que os eleitores votem útil para que nem Corbyn nem Boris Johnson tenham uma maioria absoluta.
"Eles estão a vender dois conjuntos de fantasias; e ambos, como governos maioritários, representam um risco que seria imprudente para o país", afirmou, num evento organizado pela agência Reuters em Londres na segunda-feira à noite.
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