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Ucrânia: Diplomata foi avisado sobre interferência de advogado de Trump

Um funcionário do Departamento de Estado norte-americano disse à comissão de inquérito para a destituição de Donald Trump que o ex-conselheiro de segurança nacional, John Bolton, o alertou para os riscos do envolvimento do advogado pessoal do Presidente na questão ucraniana.

Ucrânia: Diplomata foi avisado sobre interferência de advogado de Trump
Notícias ao Minuto

20:24 - 30/10/19 por Lusa

Mundo Ucrânia

Christoper Anderson, funcionário do Departamento de Estado, disse que John Bolton lhe chamou a atenção para os problemas causados pela influência de Rudolph Giuliani, advogado pessoal de Donald Trump, junto do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, ameaçando a estratégia de relação dos EUA com aquele país da Europa de Leste.

Donald Trump está a ser sujeito a um inquérito para destituição, acusado por abuso de poder no exercício do seu cargo, ao ter pressionado, num telefonema em final de julho, o Presidente da Ucrânia para investigar as atividades com uma empresa ucraniana do filho de Joe Biden, ex-vice-Presidente e adversário político do Presidente norte-americano na campanha para as eleições presidenciais de 2020.

Anderson descreveu hoje uma reunião, em junho, na qual o então conselheiro de segurança nacional John Bolton (entretanto demitido por Trump) lhe exprimiu o apoio aos objetivos do Governo norte-americano de fortalecer a cooperação energética entre os EUA e a Ucrânia, procurando que Zelenskiy empreendesse reformas de combate à corrupção.

"Bolton alertou-me para o facto de Giuliani ser uma voz importante junto do Presidente da Ucrânia, o que poderia ser um obstáculo ao aumento do envolvimento da Casa Branca nesse plano", disse Anderson, de acordo com uma cópia das suas declarações à comissão de inquérito para a destituição, no Congresso.

Christopher Anderson é um funcionário de carreira do serviço de Negócios Estrangeiros dos EUA e foi consultor especial para as negociações com a Ucrânia, até junho passado.

Na sua declaração de abertura, perante o Congresso, Anderson fez um retrato do seu desconforto com a forma como o processo de relacionamento com a Ucrânia se desenvolvia e acrescentando que se sentiu pressionado para atrasar os procedimentos diplomáticos.

Para ilustrar este ambiente, Anderson citou uma mensagem de Rudolph Giuliani na rede social Twitter, em que o advogado de Trump alegava que Zelenskiy "estava cercado por inimigos do Presidente Trump", bem como o afastamento da antiga embaixadora dos EUA na Ucrânia Marie Yovanovitch (que também já depôs no Congresso, para dizer que se sentiu demitida por não compactuar com a estratégia do Governo naquele país da Europa do Leste).

Anderson denunciou ainda que altos funcionários da Casa Branca bloquearam um esforço do Departamento de Estado para divulgar uma declaração, em novembro de 2018, a condenar o ataque da Rússia a navios militares ucranianos, no mar de Azov.

O Departamento de Estado aconselhou Christopher a não depor perante a comissão de inquérito, mas ele decidiu ainda assim prestar depoimento e responder às questões dos parlamentares.

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