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Pedida prisão perpétua para rebeldes acusados de violações em massa

A justiça militar da República Democrática do Congo (RDCongo) pediu hoje prisão perpétua para três líderes rebeldes acusados de realizarem violações em massa no leste do país, em 2018.

Pedida prisão perpétua para rebeldes acusados de violações em massa
Notícias ao Minuto

19:45 - 28/10/19 por Lusa

Mundo RDCongo

A acusação pede "prisão perpétua" contra "os réus Frédéric Masudi Alimasi, também conhecido por 'Koko-di-Koko', Mwilo Katindi e Samitamba Makese Raphael", afirmou o procurador militar, o major Apollinaire Yoma Mukoko, numa audiência pública.

De acordo com o procurador, as milícias de Koko-di-Koko "perpetraram abusos contra mais de 300 vítimas, incluindo crianças e mulheres" em várias aldeias dos territórios de Mwenga e Shabunda, na província Kivu-Sul.

Os três homens "cometeram efetivamente as infrações de crime contra a humanidade, violação, tortura, assassinato, sequestro, escravatura sexual, desaparecimento forçado e outros atos desumanos, nomeadamente roubo e destruição de bens", detalhou.

Por outro lado, os réus Makulukilwa Mubake Justin e Shabani Muganza Nonda "devem ser libertados pelo tribunal" por "falta de provas suficientes", acrescentou o responsável, durante a acusação.

O julgamento dos cinco homens foi iniciado em meados de setembro e estes são acusados de crimes contra a humanidade, aprisionamento, violação, tortura, desaparecimento forçado, homicídio, escravidão, e participação num movimento de insurreição, de acordo com a acusação, citada pela Agência France-Presse.

Masudi Alimasi e os outros arguidos são acusados de realizarem uma incursão na aldeia de Kabikokole (Kivu-Sul) na noite de 08 para 09 de fevereiro de 2018, durante a qual terão feito reféns cem mulheres "para as violarem uma após a outra", refere a Fundação Panzi, do Nobel da Paz Denis Mukwege.

Poucos meses depois, na clínica da fundação, foram recolhidos os testemunhos de duas mulheres, de 19 e 36 anos, e uma criança de dez que alegam ter sido sequestradas em Kabikokole e depois violadas pela milícia Raia Mutomboki, naquela ocasião.

A mesma milícia foi acusada de cometer abusos semelhantes noutras seis aldeias, de acordo com a procuradoria e com os advogados das alegadas vítimas.

Em setembro, a Fundação Panzi responsabilizou ainda o Estado da RDCongo "por não cumprir o seu dever de proteger e manter em segurança a população e os seus bens".

O julgamento foi iniciado em 12 de setembro, cerca de um ano e meio depois das ofensas, o que é relativamente rápido para a justiça congolesa.

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