Após ter-se manifestado, na quarta-feira, "cautelosamente otimista" quanto à possibilidade de os chefes de Estado e de Governo alcançarem um entendimento na cimeira que decorre entre hoje e sexta-feira em Bruxelas, Tusk, depois da última ronda de consultas antes do início dos trabalhos, publicou uma mensagem na sua conta oficial na rede social Twitter a baixar as expetativas.

"Ontem (quarta-feira) eu estava cautelosamente otimista. Hoje estou mais cauteloso do que otimista", revelou, na mensagem ilustrada com uma fotografia de um encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, imediatamente antes do início do Conselho Europeu.

Também Merkel, à entrada para o Conselho, admitiu que possam não estar reunidas ainda as condições para que os 28 cheguem hoje a um acordo sobre as nomeações para os mais altos cargos institucionais, mas lembrou que restam "ainda uns dias" após esta cimeira para ser alcançado um compromisso.

No sentido oposto, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu à chegada à cimeira que seria importante o Conselho Europeu conseguir 'fechar' um compromisso já neste Conselho Europeu, evitando assim a convocação de uma reunião extraordinária para a próxima semana, até porque tal é, logisticamente, complicado, dado vários líderes europeus deslocarem-se ao Japão na próxima semana para participar na cimeira do G20, em Osaca.

"Devemos fazer um esforço todos para, entre hoje e amanhã (sexta-feira), conseguirmos obter um acordo, de forma a evitar um Conselho extraordinário, que já seria necessariamente muito em cima do início dos trabalhos do Parlamento Europeu, e portanto não dando ao Parlamento Europeu também o tempo necessário para que possa ponderar estas soluções", disse.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia vão tentar chegar hoje, em Bruxelas, a um acordo sobre quem liderará a Europa nos próximos cinco anos, mas o compromisso, embora urgente, afigura-se difícil.

O objetivo declarado é chegar a acordo este mês, antes da sessão inaugural do 'novo' Parlamento Europeu resultante das eleições de maio, que terá lugar em Estrasburgo de 02 a 04 de julho próximo, pois a assembleia deverá eleger o seu novo presidente, e este é um dos 'altos cargos' que é suposto ser negociado 'em pacote', juntamente com as presidências da Comissão Europeia, do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu e ainda o cargo de Alto Representante para a Política Externa, de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género).