Erbil, Iraque, 11 jun 2019 (Lusa) - O Parlamento do Curdistão iraquiano nomeou hoje Masrour Barzani como primeiro-ministro, após a tomada de posse do seu primo Nechervan Barzani (na fotografia) como Presidente daquela região autónoma do norte do Iraque, noticiou a agência de notícias AFP.

Barzani, de 50 anos, recebeu 87 votos entre os 97 deputados presentes -- de um total de 111.

O novo primeiro-ministro tem agora um mês para formar um governo.

Masrour Barzani, até agora chefe dos serviços de segurança curdos, é filho do líder histórico curdo Massoud Barzani.

O clã Barzani - e o seu Partido Democrático do Curdistão (PDK), liderado por Massoud e Netchirvan Barzani - é a primeira força política no Curdistão iraquiano.

O seu grande rival na política, a União Patriótica do Curdistão (UPK) do antigo Presidente iraquiano Jalal Talabani, boicotou a sessão parlamentar em que Nechervan Barzani foi eleito.

Os seus deputados, no entanto, participaram da sessão parlamentar de hoje.

Masrour Barzani era, desde 2012, assessor do Conselho de Segurança do Curdistão.

Esse órgão, que supervisiona todas as forças de segurança Região Autónoma, desempenhou um papel crucial na guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), que ocupou de 2014 e 2017 um terço do Iraque, na fronteira do Curdistão.

Nascido em 1969 em Erbil, pai de quatro filhos juntou-se aos Peshmerga (combatentes curdos) aos 16 anos e lutou contra as tropas de Saddam Hussein (o ditador iraquiano derrubado em 2003), durante a invasão liderada pelos norte-americanos.

O novo primeiro-ministro retornou do Irão - onde obteve a sua licenciatura - para participar na grande revolta de 1991.

Fluente em inglês e francês, Masrour Barzani obteve ainda um mestrado em Estudos Internacionais nos Estados Unidos, antes de retornar a Erbil em 1998.

Nechervan Barzani tornou-se oficialmente a segunda-feira o segundo Presidente do Curdistão, região autónoma desde 1991, após Massoud Barzani, que ocupou o cargo desde a sua criação em 2005 até ao final de 2017.

Este último foi forçado a abandonar a Presidência do Curdistão iraquiano, na sequência de um referendo sobre a independência, que surpreendentemente ganhou o "sim", mas que desencadeou uma série de duras sanções Bagdad.