A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou, esta terça-feira, que o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, será um "exercício de escuta" para o chefe de Estado norte-americano e revelou ainda que a reunião vai acontecer em Anchorage, a maior cidade do Alasca.
Em conferência de imprensa, Karoline Leavitt começou por assegurar que Trump "está determinado a tentar acabar com esta guerra e parar as mortes" e que "não há nenhum líder no mundo neste momento que esteja mais empenhado em prevenir guerras ou em pôr-lhes fim".
"Como o presidente tem repetido várias vezes, a sua forte preferência será sempre pela paz e pela parceria, sempre que esses resultados possam ser alcançados", apontou.
Questionada sobre os motivos pelos quais o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky não foi convidado para as negociações, Karoline Leavitt alegou que a reunião vai acontecer "porque o presidente da Rússia pediu ao presidente dos Estados Unidos para se encontrar com ele".
"O presidente está a concordar com esta reunião a pedido do presidente Putin", disse, defendendo que o objetivo da reunião é que Trump e Putin saiam "com uma melhor compreensão" de como "acabar com esta guerra".
"Acho que isto é um exercício de escuta para o presidente", declarou a porta-voz da Casa Branca. "Apenas uma das partes envolvidas nesta guerra estará presente, por isso, o objetivo é que o presidente obtenha uma compreensão mais sólida de como podemos, esperamos, pôr fim a esta guerra", acrescentou.
Na mesma conferência de imprensa, Karoline Leavitt disse ainda que há planos futuros para Trump viajar para a Rússia.
Recorde-se que Donald Trump e Vladimir Putin, têm um encontro marcado para 15 de agosto no Alasca para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia, sem a participação de Zelensky.
A reunião cara a cara, anunciada para se realizar no Estado norte-americano do Alasca, será a primeira entre os dois líderes desde junho de 2019, no Japão, um ano depois de uma cimeira em Helsínquia, onde Donald Trump adotou um tom bastante conciliador com o homem forte do Kremlin.
Vladimir Putin não pisa solo norte-americano desde 2015, durante a presidência de Barack Obama.
Moscovo exige que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que a Ucrânia abandone as entregas de armas ocidentais e qualquer intenção de adesão à Nato.
Estas exigências são inaceitáveis para Kyiv, que quer a retirada das tropas russas do seu território e garantias de segurança ocidentais, incluindo a continuidade do fornecimento de armas e o envio de uma força europeia, condições a que a Rússia se opõe.
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