Homossexuais na Malásia? "Não temos nada do género", diz ministro
O ministro da Malásia estava a responder a perguntas dos jornalistas durante a feira de turismo, ITB Berlim.
© Twitter/ Mohamaddin Ketapi
Mundo LGBTI
O ministro do Turismo da Malásia negou a existência de homossexuais no país, segundo conta o jornal alemão Deutsche Welle. Durante a maior feira de turismo do mundo, ITB Berlim, Mohamaddin Ketapi, disse aos jornalistas não ter conhecimento de pessoas gay a viver na Malásia.
"Acho que não temos nada do género no nosso país", disse, quando questionado sobre se a Malásia seria boa anfitriã para viajantes homossexuais. O ministro evitou também responder sobre se a Malásia é, ou não, um país seguro para homossexuais e judeus.
Mais tarde, conta a CNN, Ketapi publicou um esclarecimento no Twitter onde alegava que a sua resposta à questão feita pelo jornalista se referia à existência ou não de campanhas focadas para turismo LGBTI no país.
Acrescentou ainda que o país adota uma política de abertura no acolhimento de turistas e que "nunca foram postos obstáculos desnecessários aos visitantes tendo por base a sua orientação sexual, religião ou práticas culturais".
Na mensagem referia ainda que o país tem a sua própria visão sobre a comunidade LGBTI e que esperava que as outras nações respeitassem isso.
As declarações do ministro foram alvo de várias críticas. A ativista dos direitos homossexuais, Thilaga Sulathireh, classificou à CNN os comentários do ministro como "fora de esquema e totalmente desconectados da realidade", mas garantindo no entanto não ter ficado surpreendida.
Mah Hang Soon, a vice-presidente da oposição da Associação Chinesa da Malásia (MCA), referiu no jornal local Star Online que as afirmações de Ketapi fizeram da Malásia "alvo de chacota".
Recorde-se que o governo malaico não reconhece a comunidade LGBTI, que referem fazer parte dos "valores ocidentais".
A Secção 377 do Código Penal da Malásia, classifica a homossexualidade como uma "ofensa não natural" e a pena pode chegar a 20 anos de prisão e tortura, além de uma multa. A lei teve inicialmente origem no Código Penal Indiano aquando do domínio colonial pela Inglaterra e foi posteriormente reproduzido na maioria das colónias britânicas, como foi o caso da Malásia. O artigo já foi anulado pela Índia, mas ainda continua em vários outros países.
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