Sanções agravaram situação económica e social na Venezuela, diz ONU
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, reconheceu hoje que as sanções internacionais agravaram a situação da Venezuela, defendendo que a violação das liberdades fundamentais no país resulta das condições sociais e económicas.
© Reuters
Mundo Michelle Bachelet
"A situação na Venezuela ilustra claramente a forma como a violação dos direitos civis e políticos -- incluindo a falta de respeito pelas liberdades fundamentais e a independências das instituições fundamentais -- pode acentuar o declive dos direitos económicos e sociais", disse Bachelet.
Durante a 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre hoje em Genebra, Michelle Bachelet apresentou o relatório anual sobre os direitos humanos, a nível global, que considera "alarmante" a situação que se vive na Venezuela.
A Alta Comissária destacou os acontecimentos na Venezuela reconhecendo que a situação "foi agravada pelas sanções" que foram aplicadas nos últimos anos.
O governo venezuelano afirma que as sanções -- particularmente as medidas que impedem Caracas de acesso a créditos no sistema financeiro internacional, assim como os bloqueios bancários a capitais venezuelano depositados nos Estados Unidos -- não permitem a importação de produtos básicos e de medicamentos.
Para Bachelet os acontecimentos na Venezuela são uma espiral em que as dificuldades económicas e sociais provocam protestos que, ao mesmo tempo, são reprimidos por atos que violam os direitos civis e políticos dos cidadãos.
Além da Venezuela, Michelle Bachelt sublinhou igualmente a situação que se vive na Nicarágua denunciando perseguições contra dissidentes e campanhas contra a liberdade de imprensa.
A Nicarágua enfrenta uma "grave crise social e política" e, por isso, "é necessário um diálogo nacional" para resolver os problemas relacionados com as restrições em espaços públicos, políticas de austeridade ou desemprego.
"O governo (do presidente Daniel Ortega) deve garantir um diálogo seguro e inclusivo para todos os atores políticos e grupos da sociedade civil", disse a ex-chefe de Estado do Chile.
Mais de 300 pessoas morreram desde abril de 2018 na Nicarágua, a maior parte vítimas da repressão das forças de segurança ou de grupos armados fiéis ao Governo.
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