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Governo e deputados conservadores querem descartar saída sem acordo

Membros do governo e dezenas de deputados da ala moderada do partido Conservador querem liberdade de voto para afastar uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia (UE), noticia hoje a imprensa britânica.

Governo e deputados conservadores querem descartar saída sem acordo
Notícias ao Minuto

10:29 - 22/02/19 por Lusa

Mundo Brexit

O chamado Brexit Delivery Group, composto tanto por eurocéticos como por pró-europeus, quer impedir uma saída desordenada da UE, ameaçando forçar a primeira-ministra, Theresa May, a adiar a saída para além de 29 de março.

O grupo, que tem como líderes Simon Hart e Andrew Percy, será composto por cerca de 100 deputados que até agora têm respeitado a disciplina de voto do partido e votado a favor do Acordo de Saída negociado com Bruxelas.

"A reputação de competência do partido e do governo depende da nossa capacidade de realizar uma saída ordenada, de acordo com calendário existente", escrevem, numa carta dirigida a May citada pelo The Daily Telegraph.

"Embora tenhamos esperança que algumas mudanças às providências do 'backstop' sejam feitas pelos ministros em Bruxelas nesta semana, ainda há a hipótese de elas não satisfazerem alguns colegas" avisam.

O The Guardian noticia hoje também que cerca de 25 membros do governo estão dispostos a rebelar-se contra a chefe do executivo e a votar a favor de um adiamento do 'Brexit' a menos que Theresa May descarte o cenário de saída sem acordo.

Pelo menos quatro ministros, quase uma dúzia de secretários de Estado e outros membros do governo estão preparados para apoiar uma proposta que força a primeira-ministra a pedir uma prorrogação do período do artigo 50.º do tratado europeu.

O plano poderá ser avançado na próxima semana, quando Theresa May fizer uma nova declaração no parlamento sobre o processo do 'Brexit' e as negociações com os líderes europeus.

Os ministros David Gauke, Amber Rudd, Greg Clark e David Mundell terão dito à primeira-ministra, numa reunião privada no início desta semana, que ela teria que adiar o 'Brexit' se não conseguisse uma maioria da Câmara dos Comuns a 27 de fevereiro, relata o jornal.

O descontentamento dentro do partido do governo com a estratégia para o 'Brexit' resultou na desfiliação na quarta-feira das deputadas Sarah Wollaston, Heidi Allen e Anna Soubry, para se juntarem ao Grupo Independente, que inclui oito dissidentes do partido Trabalhista.

As deputadas acusaram May de deriva para a direita ao ceder à influência da fação eurocética do partido, nomeadamente do European Research Group (ERG), e do Partido Democrata Unionista (DUP), aliado dos conservadores no parlamento.

O governo precisa de uma maioria de votos no parlamento ratificar um acordo que garanta uma saída ordenada do bloco europeu, mas o texto negociado com Bruxelas foi rejeitado em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo de 118 deputados do partido Conservador.

O principal ponto de discórdia é a solução de salvaguarda, designada por 'backstop', para a fronteira da Irlanda do Norte, desenhada para evitar uma fronteira física entre a região britânica e vizinha Irlanda, que faz parte da UE.

Eurocéticos e DUP invocaram o risco de o Reino Unido ficar indefinidamente numa união aduaneira com a UE, tendo exigido a substituição do 'backstop' por providências alternativas, como o uso de tecnologia, um prazo para a sua aplicação ou a possibilidade de rescisão unilateral.

Numa discussão "robusta, mas construtiva" na quarta-feira com o presidente da Comissão Europeia, Theresa May, argumentou a necessidade de alterações juridicamente vinculativas aos termos do 'backstop' para conseguir fazer aprovar o acordo, mas Jean-Claude Juncker, reiterou a indisponibilidade para negociar o texto.

"Apesar dos desafios, os dois líderes concordaram que as suas equipas devem manter conversações sobre se existe uma forma de obter o apoio mais amplo possível no parlamento do Reino Unido e respeitar as orientações acordadas pelo Conselho Europeu", concluiu o comunicado, que refere que May e Juncker vão voltar a encontrar-se antes do final de fevereiro.

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