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Ministro da Defesa diz que militares não aceitarão Guaidó

O ministro da Defesa da Venezuela, Valdimir Padrino, disse hoje que os militares não aceitarão "um Presidente imposto à sombra de interesses obscuros", após o líder do parlamento, o opositor Juan Guaidó, se ter autoproclamado Presidente interino.

Ministro da Defesa diz que militares não aceitarão Guaidó
Notícias ao Minuto

22:33 - 23/01/19 por Lusa

Mundo Venezuela

"O desespero e a intolerância atentam contra a paz da nação. Os soldados da pátria não aceitam um Presidente imposto à sombra de interesses obscuros ou autoproclamado à margem da lei", disse o ministro na sua conta na rede social Twitter.

Na mesma mensagem acrescentou que as Forças Armadas defenderão a Constituição e serão "garante da soberania nacional".

As declarações do ministro representam um apoio ao Presidente Nicolás Maduro, a quem a hierarquia castrense do país já havia reconhecido como sendo seu comandante em chefe há cerca de duas semanas, e são feitas no mesmo dia em que a oposição leva a cabo o maior e mais expressivo ato de recusa da legitimidade do Presidente.

O líder do parlamento, Juan Guaidó autoproclamou-se hoje Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou.

Para Juan Guaidó, "não se trata de fazer nada paralelo", já que tem "o apoio da gente nas ruas".

O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 3 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.

A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se "em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas".

Os Estados Unidos, o Canadá, a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Brasil, a Colômbia, o Peru, o Paraguai, o Equador, o Chile e a Costa Rica também já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Até agora, só o México e a Bolívia anunciaram que se mantêm ao lado de Nicolás Maduro.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.

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