Turquia diz que não é bom para a França continuar na Síria
A Turquia advertiu hoje que "não é benéfico" para a França manter uma presença militar na Síria para "proteger" a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), na primeira linha da luta anti-jihadista.
© Reuters
Mundo Curdos
"Não é segredo que França apoia as YPG. (Emmanuel) Macron reuniu-se com os seus representantes", declarou o chefe da diplomacia turca Melvut Cavusoglu, citado pela agência estatal Andalou, durante um encontro com jornalistas turcos.
"Não temos informação sobre o envio de novos soldados [franceses], mas mantêm a presença atual. Se ficam para contribuir para o desenvolvimento da Síria, então obrigada. Mas se permanecem para proteger as YPG, não será bom para ninguém", acrescentou.
O presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou na quarta-feira a retirada de cerca de 2.000 militares norte-americanos deslocados na Síria, a combater os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), ao lado de uma coligação árabe- turca dominada pelas YPG.
França participa na coligação internacional conduzida pelos Estados Unidos contra os jihadistas na Síria e no Iraque. Disponibilizou artilharia e aviação.
Segundo várias fontes, elementos das forças especiais estão também presentes na Síria, mas o Governo jamais confirmou esta presença.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou no domingo "lamentar profundamente" a decisão norte-americana, considerando que um aliado "deve ser fiável".
França afirmou também que continua comprometida com a coligação internacional anti-EI, apesar da anunciada retirada de tropas norte-americanas na Síria.
Trump disse no domingo, após uma conversa telefónica com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que contava com ele para "erradicar" o EI, defendendo que o grupo jihadista está já "em grande parte vencido".
"O presidente Erdogan da Turquia deu-me garantias em termos muito fortes", quanto ao facto de "erradicar o que resta do EI na Síria", escreveu na rede social Twitter.
"Temos a força necessária para neutralizar o EI sozinhos", repetiu na terça-feira Cavusoglu.
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