Síria: Nova operação turca contra milícias curdas "nos próximos dias"
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou hoje o lançamento "nos próximos dias" de uma operação militar contra milícias curdas, consideradas como "terroristas" por Ancara, mas apoiadas por Washington.
© Reuters
Mundo Erdogan
"A nossa operação para salvar o leste do Eufrates da organização terrorista separatista vai começar nos próximos dias", declarou o chefe de Estado da Turquia, referindo-se a zonas controladas pelas milícias curdas no norte da Síria.
Erdogan tinha declarado a 30 de outubro que a Turquia estava pronta para uma ofensiva como esta, que será a terceira operação do exército turco no norte da Síria.
O Presidente turco critica regularmente o apoio dado por Washington às Unidades de Proteção Popular (YPG), membro das Forças Democráticas Síria (FDS), uma coligação árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico.
Ancara considera as YPG uma extensão na Síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, proibido e que combate o Estado turco desde 1984).
"O nosso objetivo não são os soldados norte-americanos, mas os membros da organização terrorista ativa na região", sublinhou Erdogan. Efetivamente, militares norte-americanos encontram-se ao lado das FDS no leste do Eufrates.
As declarações do Presidente turco surgem um dia depois de Washington ter anunciado a instalação, apesar da oposição de Ancara, de postos de observação visando impedir qualquer altercação entre o exército turco e as YPG.
Um porta-voz do Pentágono declarou na terça-feira que os postos tinham sido instalados "na região fronteiriça do nordeste da Síria, para responder aos receios da Turquia a nível de segurança".
"É evidente que o objetivo dos radares e dos postos de observação instalados pelos Estados Unidos não é proteger o nosso país dos terroristas, mas proteger os terroristas da Turquia", assinalou Erdogan.
A Turquia teme que o surgimento de um "Estado curdo" na Síria junto à sua fronteira dê força às ambições separatistas no seu território.
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