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Pierre Moscovici rejeita violência e ataque às instituições em França

O comissário europeu Pierre Moscovici recusou hoje a violência das últimas semanas em França protagonizada pelos "coletes amarelos", mas admitiu que, com o atual clima, as eleições europeias vão ser um teste à política de Emmanuel Macron.

Pierre Moscovici rejeita violência e ataque às instituições em França
Notícias ao Minuto

19:00 - 06/12/18 por Lusa

Mundo Comissários

"Em França temos uma situação muito complicada e neste momento não me parece que a mente das pessoas esteja virada para as europeias", respondeu o socialista francês a uma pergunta sobre o impacto da atual crise nas eleições de maio para o Parlamento Europeu.

Para o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, entrevistado pela Lusa em Lisboa, a violência que se tem registado "não leva a nada" e é "má para a imagem do país", pelo que espera que os franceses em geral "se mantenham calmos" e respeitem as regras democráticas.

"Somos uma democracia e numa democracia podemos opor-nos ao governo, contestar as suas escolhas, chegar ou tentar chegar a outra forma de governar, mudar de governo. Há eleições para isso, e penso que as eleições europeias serão um teste importante a Macron", disse.

"Mas violência não, penso que não se consegue obter nada através da violência. E é mau para imagem do meu país, por isso peço calma", acrescentou.

Moscovici condenou também o ataque às instituições, referindo-se às vozes que exigem a demissão do Presidente francês.

"Mais uma vez: podemos contestar políticas, mas as instituições têm de ser sólidas. O Presidente foi eleito por cinco anos, portanto, vamos esquecer aqueles que pedem a sua demissão. A questão não é essa, a questão é se as suas escolhas políticas são certas ou erradas e isso pode ser contestado", disse.

Milhares de franceses envergando "coletes amarelos" manifestaram-se nas ruas nas últimas três semanas para exigir a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis, protesto que se ampliou na contestação ao aumento de preços e à perda de poder de compra.

No sábado, as manifestações de Paris degeneraram em violência, com carros incendiados e montras partidas, tendo resultado na detenção de mais de 400 pessoas.

Sobre as eleições europeias, Moscovici destacou que "pela primeira vez" há a entrada em cena de "partidos que querem destruir a Europa", o que exige, de todos os europeístas, "um combate com muita determinação".

"A campanha vai ser muito importante, podemos ter surpresas, há sempre surpresas nas eleições europeias, espero que essas surpresas sejam boas", disse.

Pierre Moscovici afastou a possibilidade de se candidatar às europeias, mas mostrou-se disponível para vir a assumir funções políticas na União Europeia ou em França no futuro.

"O que sei é que tenho 61 anos, sou francês, amo o meu país, sou europeu, sou apaixonado pela Europa, e sou um progressista, um político de centro-esquerda. O que farei no futuro estará algures na interseção destas minhas influências", afirmou.

Questionado sobre se conta voltar a ser comissário, Moscovici frisou que a escolha é sempre dos chefes de Estado e de Governo, não lhe cabendo decidir, mas que tem uma longa experiência nas instituições europeias: "Se acharem que sou útil, porque não?", questionou.

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